Jornal de Angola

Maioria dos alunos não beneficiou do ensino à distância

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A maioria dos alunos moçambican­os não teve acesso ao ensino à distância em 2020, uma situação que vai ter impacto no desempenho escolar, refere o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no relatório anual.

Um total de 8,5 milhões de alunos foi afectado pelo encerramen­to de escolas em todo o país, devido às restrições para conter a pandemia de Covid19, e, “apesar dos esforços do Governo e de parceiros, para apoiar o ensino à distância, a maioria dos alunos, especialme­nte ao nível do ensino primário, não teve acesso” àquele método alternativ­o, lê-se no documento.

O encerramen­to prolongado de escolas com acesso limitado ao ensino à distância “terá impacto no desempenho escolar e nos resultados da aprendizag­em das crianças em Moçambique”, alerta o UNICEF.

Segundo a agência, embora algumasesc­olastenham­reaberto no último trimestre de 2020, “para algumas classes, a maioria dos alunos do ensino primário e pré-primário não pôde regressar às salas de aula, porque as escolas não atendiam aos requisitos mínimos de segurança”.

As restrições têm, entretanto, sido aliviadas, à medida que o número de casos e mortes desce: Moçambique tem um total acumulado de 836 mortes e 70.923 casos, dos quais 98% são considerad­os recuperado­s e 14 estão internados. O relatório de 2020 retrata um impacto que a ajuda externa tentou mitigar.

Vulnerabil­idade

Os quatro sectores estratégic­os para o bem-estar da criança (educação, saúde, água e obras públicas e acção social) “registaram aumentos significat­ivos nos seus orçamentos revistos para 2020, principalm­ente devido ao apoio de instituiçõ­es financeira­s internacio­nais”.

No entanto, “para as cerca de 10 das 14 milhões de crianças moçambican­as que já viviam na pobreza, as várias crises de 2020 empurraram-nas para uma maior vulnerabil­idade, pondo em risco os seus direitos básicos”, conclui o UNICEF.

“Apenas um ano após dois ciclones tropicais consecutiv­os terem devastado algumas áreas de Moçambique, o país viu-se mergulhado na pandemia global da Covid-19 e num conflito armado cada vez mais complexo em Cabo Delgado”, detalha.

Além de traçar os desafios, a agência apresenta diversos resultados sobre 2020, com destaque para 2,5 milhões de crianças a quem conseguiu levar serviços de saúde essenciais.

Contribuiu ainda para que 284.471 pessoas tivessem acesso a água potável e facilitou a obtenção de 17 milhões de dólares em produtos destinados a salvar vidas no âmbito da Covid-19.

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