Governadora de Luanda garante apoio à Associação Provincial do Carnaval
A governadora de Luanda, Joana Lina, garantiu que o Governo da província vai ajudar a Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL), através da criação de políticas mais activas para o desenvolvimento do Entrudo na Capital.
Para Joana Lina, que testemunhou a tomada de posse do novo corpo directivo da APROCAL, a associação tem muitos desafios para tornar o Carnaval de Luanda grandioso, “mas o GPL está disposto a dar o apoio necessário à festa do povo”.
A governante assegurou que está de acordo com a política do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, de tornar o Carnaval mais rico e resgatar a mística do Entrudo.
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, disse que o Carnaval de Luanda, pela dimensão e projecção, precisa de toda atenção, de forma a atingir a devida dimensão artística e sustentação económica.
Jomo Fortunato acredita ser possível criar condições de realizar um plano nacional do Carnaval, no qual possam ser discutidos todos os problemas existente quanto à organização da “festa do povo”, à estrutura dos grupos, assim como à ligação destas com o Executivo, através do Ministério e outras associações.
O objectivo do projecto, acrescentou, é transformar o Carnaval num verdadeiro produto turístico, aproveitando toda a assimetria existente entre os grupos, de forma a dar a estes auto-sustento.
Caso haja condições, continuou, é fundamental desfazer as diferenças existentes entre os grupos participantes no Carnaval de Luanda, “algo muito prejudicial à festa, que deveria ser horizontal e moderna, capaz de demonstrar a criatividade dos foliões”.
Ao novo corpo directivo da APROCAL, Jomo Fortunato pediu mais empenho na criação de um Carnaval mais moderno, capaz de arrastar multidões, como antes. Outra preocupação da nova direcção da associação é o facto de alguns grupos não terem sede própria, “o que dificulta muito na preparação da festa e na realização de actividades culturais rentáveis”.
Nova direcção
O novo responsável da APROCAL, Tany Narciso, disse que uma das metas é trazer inovações à “festa do povo”, assim como melhorar as condições da sede da associação e realizar, com muita regularidade, feiras e exposições sobre o Carnaval.
A nova direcção, adiantou, tem ainda como propósito incentivar a comercialização dos produtos ligados ao Carnaval, em especial aqueles que reflectem as culturas dos luandenses, promover acções formativas, dar uma nova dinâmica na preparação e realização do Entrudo, a tal ponto de todos poderem se rever no acto.
Outros projectos da APROCAL, reforçou, são o resgate e a modernização das danças tradicionais, assim como a revitalização do Carnaval nos municípios da capital do país, com destaque para os grupos que estão em fraca presença nos desfiles competitivos.
A APROCAL, explicou, é uma instituição colectiva, sem fins lucrativos e por isso as fontes de receitas são, geralmente, insuficientes para cobrir as despesas de funcionamento.
Luto no Entrudo
O Carnaval de Luanda perdeu um grande precursor na defesa dos valores da “festa do povo”, a fundadora dos grupos União Kiela e Dymba dya Ngola, Mana Santa.
Considerada a comandante mais antiga do carnaval de Luanda, testemunhou o surgimento de vários grupos, assim como foi das maiores activistas do Entrudo, conservadora e criativa, sempre virada para a inovação, com trabalhos de destaque na indumentária e corte. Mana Santa foi vencedora de muitos prémios, um dos quais o BAI da canção.