Parlamento discute modelo dos serviços descentralizados
Diploma proposto pelo Presidente da República pretende eliminar a duplicação de estruturas administrativas decorrentes da existência de entidades reguladoras de certos sectores sujeitos à superintendência ministerial
O Executivo pretende introduzir um novo modelo de gestão dos serviços descentralizados, fundado no princípio do rigor técnico e da neutralidade da actuação administrativa, por via da Proposta de Lei sobre Regime Geral das Entidades Administrativas Independentes, já remetida à discussão e aprovação do Parlamento.
O diploma, que entrou para debate na generalidade (primeiro debate global), visa instituir um regime geral no quadro de referência sobre a organização e funcionamento das entidades administrativas independentes, segundo o deputado relator do documento, António Paulo, do MPLA.
Com o diploma, de iniciativa legislativa do Presidente da República, pretende-se, também, eliminar a duplicação de estruturas administrativas decorrentes da existência de entidades reguladoras de certos sectores sujeitos à superintendência ministerial.
Ainda ontem, os deputados das comissões especializadas da Assembleia Nacional preparam, também, um conjunto de resoluções para a adesão de Angola a várias organizações. A discussão, na generalidade, está agendada para a reunião plenária do próximo dia 24.
Entre os diplomas, destaca-se a Proposta de Lei que aprova o Estatuto da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC). Segundo o deputado João Linenha Muhembo, relator do documento, se for aprovada, a proposta vai formalizar a existência, de facto, da ANAC, “com independência absoluta para assegurar a neutralidade, isenção e imparcialidade relativamente aos interesses sectoriais, de modo a poder agir sem sofrer influências de factores externos.”
O diploma, acrescentou o deputado, vai também garantir o regular funcionamento e desenvolvimento equilibrado do subsector da aviação civil. A proposta de lei, segundo o parlamentar, está alinhada com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, “porquanto considera fundamental para o crescimento e desenvolvimento económico e social do país a existência de um sistema de regulação e de supervisão do subsector da aviação civil, atento ao facto da integração nacional e à circulação de pessoas e bens.”
Na proposta apresentada ao Parlamento, o Executivo esclarece que, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, foi fixada como uma das metas garantir a segurança do subsector aéreo em todo o país e reforçar a sua credibilidade internacional, através do reforço de capacidades e competências da entidade que exerce os poderes de autoridade aeronáutica.
A presente iniciativa legislativa pretende introduzir no ordenamento jurídico angolano um conjunto de recomendações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).