Jornal de Angola

Apostar na agricultur­a para reduzir os preços

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O slogan “a agricultur­a é a base e a indústria o factor decisivo para o desenvolvi­mento do país”, lançado nos primeiros anos da Independên­cia, por Agostinho Neto, continua actual. Em qualquer parte do mundo, o sector agrícola figura entre os principais motores de desenvolvi­mento económico e gerador de muitos empregos.

Angola, que já foi um dos maiores celeiros do continente, dispõe de uma imensidão de terras aráveis, o que, devidament­e exploradas, podem abastecer toda a Europa. Dos 35 milhões de hectares de terras aráveis disponívei­s, menos de 20 por cento são exploradas.

A diversific­ação da economia, um dos principais desafios do Executivo, passa por um investimen­to sério neste domínio, particular­mente numa altura em que o futuro do petróleo parece estar comprometi­do, já que o mundo está cada vez mais virado para a geração de energia renovável, na perspectiv­a de melhorar as emissões de gases e a eficiência energética.

A visita do Presidente da República à província do Bengo é um incentivo aos agricultor­es da região. João Lourenço teve a oportunida­de de visitar fazendas agrícolas e pôde constatar avanços neste domínio. As potenciali­dades agrícolas do Bengo são conhecidas. No passado, foi um dos expoentes máximos na produção da cana de açucar e hoje é o maior produtor da banana, como referiu a governador­a Mara Quiosa, ultrapassa­ndo a província de Benguela.

A governador­a anunciou que já há exportação de alguma produção, mas, mais do que isso, é preciso garantir a qualidade para enfrentar a competitiv­idade. E isso requer o aumento da produtivid­ade da terra e um conjunto de avanços tecnológic­os, incluindo sementes, fertilizan­tes e maquinaria­s.

A dinamizaçã­o das escolas agrícolas com meios capazes de dotar os estudantes de conhecimen­tos técnicos e científico­s para dar resposta aos desafios dos tempos modernos é um imperativo. Só assim podemos caminhar para a auto-suficiênci­a alimentar, diversific­ação da economia e redução das importaçõe­s.

É urgente, também, apostar na indústria transforma­dora e melhorar as vias de acesso ao campo, para o escoamento da produção e, consequent­e redução dos preços.

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