O cowboy mais rápido que a própria sombra
Em 1983, Lucky Luke - o cowboy que dispara mais rápido que a sua própria sombra - deixou de fumar. Criado por Morris (Maurice de Bévère), em 1946, teve, durante 40 anos, a ponta de cigarro nos lábios com uma imagem de marca. Para poder entrar no mercado norte-americano, o mais célebre pistoleiro da banda-desenhada europeia substituiu-a por uma palha.
Com a mudança, o ilustrador belga (1923-2001) recebeu, em Genebra (Suíça), a 7 de Abril de 1988, o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e uma medalha em Genebra, no Dia Mundial da Saúde. O cowboy “sortudo” passou, assim, a ser considerado um símbolo do combate ao tabagismo.
Embalados pela divulgação de informações sobre o tabagismo que agrava as consequências da Covid-19, muitos fumadores resolveram deixar o vício. Alguns conseguiram, outros ficaram apenas pela intenção. Segundo vários estudos, fumar provoca alterações sérias nos mecanismos de defesa do organismo, em especial, no trato respiratório, além de mutação no ADN das células, o que torna o organismo humano vulnerável a microrganismos, entre os quais o SARS-COV-2.
Contudo, se é maior a probabilidade de terem uma doença grave, é menor a incidência da Covid-19 entre os fumadores, o que torna a nicotina um aliado improvável, como sustentam alguns estudiosos. Pessoas há que se deslocam às farmácias em busca de adesivos de nicotina.
Embora alguns infectologistas refiram que, em circunstâncias controladas, os agentes nicotínicos podem fornecer um tratamento eficiente para infecções agudas, como a Covid-19, reforçam que fumar tem consequências patológicas graves e é um perigo para a saúde.
As estatísticas revelam que o tabaco mata mais de 7,2 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, ou seja, uma em cada 10 mortes de adultos deve-se ao vício de fumar. Além de ser responsável por 20 tipos diferentes de câncro, facilita o desenvolvimento da cegueira e audição, prejudica o feto, traz problemas do coração e consequências sociais negativas, reduz a fertilidade, entre outras causas.
Além do Lucky Luke, outros personagens da banda desenhada e do cinema sempre povoaram o nosso pequeno mundo. Como muitas crianças e adolescente daqueles e deste tempo, deixamonos apaixonar pelos heróis e super-heróis, embora, às vezes, ainda que só nos sonhos, fosse preferível sermos Dom Quixote de la Mancha, mesmo a combater moinhos de vento com cigarros acesos no lugar de lanças enferrujadas.
Quando, em Angola, foi proibida a publicidade sobre o tabaco e os maços de cigarros passaram a vir com mensagens a alertar que “Fumar prejudica a saúde”, lembramo-nos de um fulano que dizia sentir-se tomado pela curiosidade, de cada vez que comparava cigarros só para ler o que lá vinha escrito, porque as frases eram sempre diferentes.
Segundo ele, tratava-se de uma jogada de marketing das tabaqueiras, que imprimiam um trecho diferente da lei em cada lote que ia para a rua. Dessa forma, as fábricas controlavam melhor as vendas e mantinham a fidelidade dos consumidores.
Apesar de todos os estudos que comprovam os malefícios do consumo do tabaco, responsável por perdas económicas estimadas em mais de 200 mil milhões de dólares por ano devido às doenças que daí advêm, os produtos derivados dessa planta são os de consumo com maior incidência fiscal em todo o Mundo. Os impostos excedem muitas vezes metade do preço de venda e geram para os Governos mais de 200 mil milhões de dólares da receita fiscal anual.
Pelo segundo ano consecutivo, a 31 de Maio, o Dia Mundial Sem Tabaco foi assinalado sob o espectro da Covid-19. A maioria dos números aqui mencionados provém das várias informações reveladas na ocasião, as quais deixam claro que esta pandemia só poderá ser combatida com o esforço e a compreensão de todos, nem que para tal seja necessário seremos mais rápidos que a própria sombra.
As estatísticas revelam que o tabaco mata mais de 7,2 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, ou seja, uma em cada 10 mortes de adultos deve-se ao vício de fumar. Além de ser responsável por 20 tipos diferentes de câncro, facilita o desenvolvimento da cegueira e audição, prejudica o feto, traz problemas do coração e consequências sociais negativas, reduz a fertilidade, entre outras causas