Argelinos elegem novos deputados
Os argelinos vão hoje a votos numa eleição para novos deputados que será marcada por um boicote do movimento de protesto do grupo Hirak e numa situação de agravamento da crise económica, onde o apelo à participação é o principal desafio das autoridades.
Trata-se da segunda convocatória às urnas desde a chegada de Abdelmadjid Tebboune à Presidência (em Dezembro de 2019) após o referendo sobre a Constituição realizado em Novembro de 2020 e que concede mais poderes ao Primeiro-ministro e ao Parlamento.
Em 2019, o Hirak mobilizou centenas de milhares de pessoas para forçar o expresidente, Abdelaziz Bouteflika, à renúncia, depois que de ter apresentado uma candidatura para um quinto mandato. Desde então, a Argélia teve boicotes a todas as eleições, como nas presidenciais de há 18 meses, vencida por Abdelmadjid Tebboune, que teve uma participação de menos de 40 por cento, segundo dados oficiais revelados pela AFP. No mês passado, o Grupo de Crise Internacional disse que a situação da Argélia se havia “deteriorado”, observando que as autoridades tinham “intensificado a repressão” contra os partidários de Hirak, “anulando manifestações e prendendo os líderes dos protestos”.
O Governo de Tebboune tem afirmado que respondeu às principais exigências do Hirak “em tempo recorde” e a descarta qualquer tentativa de oprimir os opositores. Porém, para o movimento de protesto, o estatuto de Tebboune como ex-primeiro-ministro de Bouteflika faz com que a sua narrativa deixe perceber a intenção de manter o poder a todo o custo.