Sistema de saúde
Um médico angolano sugeriu que se criasse um Conselho Nacional de Saúde, para o combate a doenças endémicas, como a malária, que mata muita gente no nosso país. Fico contente com o facto de haver médicos angolanos que se preocupam com a situação sanitária do pais. Era bom que as autoridades prestassem atenção ao que especialistas em saúde pública dizem em relação à nossa situação sanitária. As causas das doenças que temos e que têm sido a causa de muitas mortes estão identificadas. Cabe aos poderes públicos agir no sentido da prevenção dessas patologias e da sua cura. Porque as operações de prevenção podem levar tempo a concretizar-se, temos de nos concentrar na cura das doenças, pelo que se deve pensar, como afirmou um economista, também angolano, na boa gestão dos hospitais, nomeadamente os que se encontram nos municípios. Estamos em crise e em tempo de crise é preciso contar com o conhecimento dos nossos melhores quadros. Os poderes públicos devem habituar-se a ancorar-se no saber que emana das universidades. É preciso que se valorize o conhecimento científico, para se resolverem os problemas das populações. A proposta de se criar um Conselho Nacional de Saúde é interessante. Gostava entretanto que, a ser criado um tal conselho este não fosse apenas decorativo, como muitas vezes acontece. Quanto a mim, devia-se criar uma alta autoridade de luta contra as doenças endémicas no pais, com competência para tomar decisões que deviam vincular as instituições ligadas ao sector da Saúde. Não se deve desvalorizar o saber de técnicos nacionais que estão interessados em melhorar o funcionamento do sistema nacional de saúde.
Os poderes públicos devem ter a humildade para ouvir o que esses técnicos têm para nos dizer. Muitas vezes preferimos contratar serviços de técnicos estrangeiros que sabem tanto ou menos que os nossos quadros. Um técnico angolano afirmou certa vez que estudou com estrangeiros na mesma Faculdade, em que foi melhor do que eles, mas apareceram em Angola a prestar serviço, com elevados salários que ninguém dava a quadros nacionais. ALICE DIOGO Maianga