Pérolas confirmam hegemonia
Selecção anfitriã foi impotente para travar qualidade técnica e competência da “máquina demolidora” do continente
Angola revalidou, ontem, em Yaoundé, o título de campeã africana de andebol sénior feminino, após vitória na final do Campeonato Africano, sobre Camarões, por 2515. Este é o 14º título no palmarés das Pérolas em 15 finais disputadas, das quais perderam apenas uma, em
1991, com a Nigéria, quando a prova foi sediada pelo Egipto. O Presidente da
República felicitou a
Selecção Nacional.
A Selecção Nacional sénior feminina de andebol conservou, ontem, o título continental e conquistou definitivamente a Taca Edith Bongo, ao derrotar na final da 24ª edição do Campeonato Africano das Nações, CAN, a similar dos Camarões, por convincentes 2515, numa partida onde não precisou de esgrimir todos os argumentos.
Ao contrário do que se esperava, as Pérolas não encontraram as mesmas dificuldades que tiveram no jogo das meias-finais, pois entraram de rompante, bem a defender e melhor ainda a atacar, criando uma enorme dor-de-cabeça à equipa técnica adversária, já que aos cinco minutos levavam uma vantagem de três golos , 4-1.
O técnico Christian Guebogo foi obrigado a pedir um minuto, porque as suas pupilas não conseguiam penetrar na defesa montada por Filipe Cruz, apesar das orientações recebidas, as jogadoras camaronesas pressionadas psicologicamente pelo público, que quase lotou o pavilhão, não encontravam o caminho da baliza a guarda de Helena de Sousa, ao passo que a diferença se mantinha em três golos. Aos dez minutos, as Pérolas venciam por 6-3, o que obrigou o treinador camaronês a voltar a pedir um desconto de tempo para tentar equilibrar o jogo. Mas, debalde pois a vantagem de Angola ia aumentando, pois aos 15 minutos já era de cinco golos.
A estrela da casa, Karichma Eko, perdia bolas infantilmente, o que era bem aproveitado com contra-ataques que iam aumentando a diferença no marcador. O desnorte da Selecção anfitriã era tal, que ficou durante nove minutos sem conseguir violar a baliza de Helena de Sousa, por culpa da excelente defesa das angolanas.
A dominar completamente o jogo, as Pérolas chegaram ao intervalo com uma vantagem de sete golos, 147, para desespero do público que pretendia festejar a conquista do titulo. Na segunda parte, Filipe Cruz tirou a espinha dorsal da equipa e começou a alternar com as mais novatas, que também não deixaram o adversário aproximar-se no marcador.
A cometer muitos erros técnicos, as anfitriãs tornaram-se presas fáceis para a equipa angolana, que foi fugindo no marcador, sem no entanto dar um recital de andebol, também porque o adversário não mostrava ter estaleca para tentar sequer mudar o rumo dos acontecimentos.
O domínio era tão grande que as Pérolas facilmente chegaram a uma diferença de dez golos, passando depois a geri-la tranquilamente até ao apito final da contenda, para tristeza dos mais de sete mil espectadores presentes no Palácio dos Desportos de Yaoundé, que tiveram de se contentar com a medalha de prata.
A guarda-redes camaronesa, Berthe Abiabakon, foi eleita MVP da partida, por ter evitado uma cabazada maior da sua equipa, com grandes intervenções.
Com a conquista, pela terceira vez consecutiva da competição, o troféu dedicado à esposa do falecido Presidente do Gabão, Omar Bongo, e filha do Presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, vai engalanar definitivamente a galeria da Federação Angolana de Andebol, conforme rezam os regulamentos da competição.