Chefe de Estado destaca figura de Kenneth Kaunda
Ministro Téte António foi portador da mensagem com informação sobre as diligências de Angola enquanto presidente da Conferência dos Grandes Lagos
O Chefe de Estado manifestou,ontem,“profundaconsternação” pelo falecimento doantigopresidentedazâmbia, Kennethkaunda,ocorrido quinta-feira, num hospital de Lusaka, aos 97 anos. João Lourenço descreveu Kaunda como “um dos líderes carismáticos do nossocontinente,queesteve àfrentedosdestinosdazâmbia desde a Independência Nacional,em1964,até1991”. O Chefe de Estado destacou, também, a participação do líder africano na luta contra o Vih-sidaenoutrasfrentes humanitárias.
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, transmitiu, ontem, em Addis Abeba (Etiópia), ao presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, uma mensagem do Chefe de Estado, João Lourenço, sobre a Região dos Grandes Lagos, nomeadamente a situação na República Centro-africana.
Durante uma audiência com o dignitário da União Africana, na sede daquela organização, o chefe da diplomacia angolana informou, detalhadamente, o dirigente continental sobre as diligências de Angola enquanto presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tendentes à pacificação da República Centro-africana (RCA).
Téte António, que efectuou uma escala de algumas horas na capital etíope, proveniente de Lisboa (Portugal), esteve acompanhado pelo representante permanente de Angola junto da União Africana e da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Francisco da Cruz, também embaixador na Etiópia, e o director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, Miguel Domingos Bembe.
O ministro aproveitou a oportunidade para sublinhar a intenção de Angola ver aumentado o número de angolanos na União Africana (UA), no geral, onde está sub-representada, considerando-se o facto de estar entre os seis maiores contribuintes do orçamento da organização, composta por mais de 50 membros.
O incremento da inserção dos quadros angolanos nas organizações internacionais e regionais constitui das prioridades da política externa de Angola e está em sintonia com o novo sistema de quotas da União Africana, que permite ao país passar das anteriores 39 vagas para 74.
A situação na República Centro-africana e o reforço de quadros nas diversas estruturas da organização dominaram, igualmente, a audiência que o ministro concedeu ao comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Bankole Adeyoe, na Embaixada de Angola, Representação
Permanente junto da União Africana e da Comissão Económica das Nações Unidas para África.
O comissário elogiou os esforços desenvolvidos por Angola na busca da estabilidade da Região dos Grandes Lagos e, em particular, na RCA, assegurando que vai trabalhar estreitamente com as autoridades angolanas e prestar todo o auxílio à sua presidência da CIRGL.
O diplomata garantiu que vai prestar a máxima colaboração para o ingresso de quadros angolanos, particularmente no departamento que dirige, adstrito à Comissão da União Africana.
O ministro aproveitou a oportunidade para sublinhar a intenção de Angola ver aumentado o número de angolanos na União Africana, considerando o facto de ser dos seis maiores contribuintes do orçamento da organização
Bankole Adeyoe mostrou-se receptivo ao apelo feito pelo chefe da diplomacia angolana para o Departamento para os Assuntos Políticos Paz e Segurança ter um papel activo no II Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz em África - Bienal de Luanda, que o país vai albergar, de 4 a 8 de Outubro, em parceria com a Unesco e União Africana.
Outros temas relacionados com a Segurança Marítima, particularmente no Golfo da Guiné, e, genericamente, no continente, assim como o combate ao terrorismo foram, igualmente, discutidos no encontro.
Durante a 33ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, ocorrida em Fevereiro de 2020, em Addisabeba, o Presidente João Lourenço, apresentou uma proposta para a realização de uma Cimeira Extraordinária a fim de abordar a problemática do Terrorismo em África.