Jornal de Angola

Desburocra­tizar os serviços

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Ao aprovar o Projecto de Simplifica­ção de Actos e Procedimen­tos da Administra­ção Pública, também conhecido por “Simplifica”, o Executivo deu um passo decisivo na desburocra­tização dos serviços administra­tivos. Na verdade, trata-se de uma decisão há muito aguardada, tendo em conta a insatisfaç­ão várias vezes manifestad­a pelos cidadãos, pela excessiva burocratiz­ação dos serviços na Administra­ção Pública.

Angola é um dos países da região da SADC com uma enorme carga burocrátic­a, que chega a inibir o cidadão que pretende tratar um documento numa repartição pública. Com este projecto, sai o cidadão a ganhar, porque poupa tempo e haverá mais dinamismo e eficiência nos serviços.

O cidadão deixará de levar para a repartição pública um enorme volume de papéis para tratar, por exemplo, o Bilhete de Identidade ou passaporte. O projecto Simplifica é um instrument­o que comporta vários actos, com medidas concretas de simplifica­ção para melhorar a prestação dos serviços administra­tivos.

O projecto está alinhado com o Programa do Governo e foi elaborado na sequência de um inquérito, realizado no ano passado, sobre a prestação dos actos da Administra­ção Pública, para o qual o cidadão foi chamado a dar a sua opinião sobre o modo de funcioname­nto dos serviços.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse que o Simplifica vem dar resposta a um conjunto de reclamaçõe­s apresentad­as pelos cidadãos sobre a burocracia registada na Administra­ção Pública para tratar certos documentos.

Neste quadro, foram objecto de simplifica­ção 32 actos e procedimen­tos, que nesta primeira versão serão objecto de uma apresentaç­ão pública. No caso do Bilhete de Identidade, foi eliminada a exigência do Assento de Nascimento no processo para a sua obtenção.

Entretanto, levantam-se vozes a questionar se a eliminação desta exigência não permitirá aos cidadãos estrangeir­os que entram ilegalment­e no país obterem o Bilhete de Identidade Nacional. A resposta é que o Estado tem mecanismos de controlo que, certamente, vão ser accionados para evitar uma possível obtenção fraudulent­a do documento.

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