Edições Novembro relança jornal Cultura
O jornal angolano de artes e letras "Cultura", publicação da empresa Edições Novembro, voltou ao mercado depois de um ano de suspensão devido à pandemia da Covid-19. O acto de relançamento realizou-se ontem com a animação musical da Orquestra Sinfónica Camunga, durante o programa radiofónico "Conversa à Sombra da Mulemba", da Rádio Mais, coordenado por Raimundo Salvador. Foi marcado pela entrega de um diploma de reconhecimento e o prémio "Mulemba Cidadania 2020" ao jornalista Rui Ramos.
Numa cerimónia que contou com as presenças do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, do ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato e dos membros conselho de administração da Edições Novembro, foi destacada a importância do jornalismo cultural e reforçada a intenção da empresa em levantar esta bandeira.
O presidente do Conselho de Administração, Drumond Jaime, afirmou que o relançamento do Jornal Cultura marca o início das comemorações dos 45 anos da Edições Novembro e pretende ser uma aposta do jornalismo de especialidade.
Drumond Jaime sublinhou a necessidade de se dar o devido tratamento às questões ligadas à ancestralidade.
O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social declarou que a cultura fortalece a Nação e destacou a necessidade de um jornalismo cultural mais dinâmico.
Depois de apreciar a execução Muxima, louvou a iniciativa do projecto Camunga e reconheceu que a orquestra esteve afinada. Revelou que a comunicação pública tem em carteira outros projectos dedicados à cultura.
O titular do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente,
Jomo Fortunato cingiu-se na relevância na especialização do jornalismo cultural e mostrou estar atento nos vários projectos do sector que tutela. Recorreu ao histórico do Jornal de Angola no tratamento de assuntos culturais, destacando o Suplemento Vida e Cultura e Américo Gonçalves como principais referências do jornalismo cultural.
Gaspar Micolo, coordenador da publicação ontem relançada, defende que o jornal será ecléctico e serão exploradas as várias vertentes artístico-culturais. Admitiu que o desafio não é fácil, mas garante um jornalismo cultural de qualidade.
Dos convidados o poeta, Lopito Feijoó também falou do Vida e Cultura e fez um recuo da fase anterior do Jornal Cultura, onde foi colaborador, tendo manifestado vontade de continuar. Acrescentou que a história do jornalismo angolano não pode estar dissociada da literatura.
Rui Ramos, o grande homenageado, falou do seu envolvimento na implementação de 134 bibliotecas comunitárias, com o projecto "Um livro, uma criança e várias leituras", iniciado em 2009. Tem uma relação de dois anos com a Orquestra Sinfónica Camunga, depois de tomar conhecimento do projecto social que se encontrava em dificuldades. Na altura, o maestro Camunga não conseguia manter o projecto que hoje tem mais de 450 crianças e cinco réplicas.
Rui Ramos e a Orquestra Sinfónica Camunga contarão com o apoio da Edições Novembro e parceiros nos vários projectos. O jornal retoma com 32 páginas. Este número tem na capa uma entrevista com o ministro Jomo Fortunato e traz uma abordagem sobre música com Paulo Flores, Yuri da Cunha, Pascoal Mussungo e Vladimiro Gonga, entre outros temas.