Jornal de Angola

Sánchez anuncia perdão para líderes separatist­as da Catalunha

O Chefe do Governo espanhol pediu àqueles que não concordam com a medida que, pelo menos, reconheçam a sua plena legalidade e a sua absoluta constituci­onalidade

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O Primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou, ontem, em Barcelona, que vai propor, hoje, em Conselho de Ministros, a concessão de indultos aos líderes separatist­as catalães que estão na prisão pelo seu envolvimen­to na tentativa independen­tista de 2017.

“Amanhã [terça-feira], guiado pelo espírito de concórdia da Constituiç­ão, vou propor ao Conselho de Ministros que conceda o perdão aos nove condenados”, disse Sánchez num discurso perante 300 representa­ntes da sociedade civil catalã.

O Chefe do Governo espanhol pediu àqueles que não concordam com a medida que, pelo menos, reconheçam “a sua plena legalidade e a sua absoluta constituci­onalidade”.

Sánchez sublinhou que está consciente de que parte da sociedade catalã e espanhola se opõe à concessão de indultos, mas afirmou que “o futuro tem de importar mais do que o passado” e que esta medida “dará a todos a oportunida­de de recomeçar e fazer as coisas melhor”.

“Se há tempo para unir é este”, disse o Primeiro-ministro, que também defendeu o “diálogo” contra o “confronto”, porque este último “não serviu para resolver qualquer conflito”.

No momento em que fez o anúncio, um dos presentes, que levava uma Estelada (símbolo independen­tista), respondeu aos gritos de “amnistia e independên­cia”.

“O Governo de Espanha decidiu enfrentar o problema e procurar a concórdia”, insistiu o Chefe do Executivo espanhol na sala de ópera ‘Grande Teatro do Liceu’, na capital da Catalunha, onde deu uma palestra intitulada “Reencontro: um projecto de futuro para a Espanha”.

A direita espanhola critica esta posição do Governo minoritári­o de esquerda, consideran­do que a medida é a moeda de troca que garante a continuaçã­o dos apoios necessário­s para que Pedro Sánchez se mantenha no poder por mais dois anos, até ao final da actual legislatur­a.

Os políticos catalães, que organizara­m em 2017 um referendo ilegal sobre a autodeterm­inação da região, foram julgados em 2019 e nove deles estão a cumprir penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, entre outros, pelo crime de sedição (contestaçã­o colectiva contra a autoridade).

Um grupo de independen­tistas está fugido no estrangeir­o, não tendo ainda sido julgado, entre eles o ex-presidente do executivo catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu.

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DR Presidente do Governo de Espanha anuncia hoje perdão para líderes independen­tistas presos

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