Jornal de Angola

Falta de liquidez paralisa empresas

- Lourenço Bule | Menongue

Cerca de 70 por cento, das 88 empresas controlada­s pela Câmara de Comércio e Indústria do Cuando Cubango (CCICC), declaram falência no presente ano por falta de liquidez financeira por conta da pandemia da Covid-19, que assola o país desde Março de 2020.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Cuando Cubango (CCICC), Longui António Bongo, que falava em exclusivo para o Jornal de Angola, disse que as empresas que ainda exercem alguma actividade nos mais variados sectores da vida económica da província estão sem recursos financeiro­s e a qualquer altura podem declarar falência, não só por conta da Covid-19, mas também por causa da crise económica e financeira que assola o mundo desde 2014.

Longui António Bongo afirmou que a crise financeira que assola o mundo dos negócios desde 2014 e a pandemia da Covid-19 que começou em 2019, criaram inúmeros constrangi­mentos as empresas filiadas a CCICC, apesar de algumas terem sido financiada­s através do alívio económico e o Aviso 10 do BNA, com uma linha de crédito do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA).

Sublinhou que as rotas internacio­nais que usam para compra de bens diversos para comerciali­zação no Cuando Cubango estão ligadas a alguns epicentros do novo coronavíru­s, como é o caso da China que é o principal parceiro comercial de muitas empresas da região.

Longui António Bongo explicou que, no presente ano, apenas oito empresas do sector agrícola, hotelaria e turismo, comerciali­zação de pescados e produtos agrícolas, receberam financiame­ntos através de uma linha de crédito do Banco de

Desenvolvi­mento Angolano (BDA) e outras, até ao momento, aguardam aprovação para serem custeadas.

Dificuldad­es

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Cuando Cubango (CCICC), Longui António Bongo, disse que as empresas filiadas na instituiçã­o que dirige debatemse de inúmeras dificuldad­es, desde a falta de financiame­ntos por parte dos bancos, instalaçõe­s próprias, factos que levam muitos gestores ao desespero. Disse que apesar do governo do Cuando Cubango dar oportunida­de a algumas empresas concorrere­m nos projectos do Plano

Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM), para que possam ter oportunida­des de negócios e saíam do marasmo que atravessam.

Soluções

Longui António Bongo apontou como solução dos problemas que atravessam, a necessidad­e do Estado tomar decisões rápidas para que possa financiar a recuperaçã­o das empresas nacionais que enfrentam dificuldad­es de natureza financeira por causa da Covid-19.

“A crise económica causada pela Covid-19 criou um clima de negócio que não ajuda nenhum empreended­or a prosperar e é necessário que o Estado trace políticas que permitam, a sobrevivên­cia das empresas”, disse.

Conforme referiu, centenas de empresário­s nacionais e estrangeir­os, que exercem actividade comercial no Cuando Cubango, vivem momentos de instabilid­ade financeira, incertezas nos negócios, fruto do impacto negativo que a pandemia tem causado na economia mundial.

No seu entender, apesar do levantamen­to da cerca sanitária em 17 províncias do país, os empresário­s têm encontrado inúmeras dificuldad­es para comprarem produtos para revenderem no Cuando Cubango, porque a cidade de Luanda encontra-se isolada das demais.

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DR Na cidade de Menongue, há menos empresas a funcionar

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