Jornal de Angola

Artur de Almeida contabiliz­a perda dos oito meses de crise

Apoios da FIFA, patrocinad­ores e projectos com a CAF e a Cosafa são alguns dos prejuízos evocados pelo líder máximo da federação

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DEMBÉLÉ FALHA JOGO FRENTE A PORTUGAL

Ousmane Dembélé não estará em condições de ajudar a selecção francesa na partida, de amanhã, frente a Portugal, referente à terceira jornada do Grupo F do Europeu.

De acordo com o L´equipe, a pancada que Dembélé sofreu no joelho frente à Hungria vai impedir a sua presença diante de Portugal e existem dúvidas se recuperará a tempo do próximo jogo da selecção francesa no Europeu.

UEFA ARQUIVA INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CORES DA BRAÇADEIRA DE NEUER

A UEFA arquivou o inquérito que abrira à federação da Alemanha a propósito da braçadeira de capitão envergada por Manuel Neuer durante o Europeu. O guarda-redes do Bayern tem utilizado no braço esquerdo uma braçadeira com as cores do arco íris em sinal de apoio à causa LGBT na luta contra a homofobia. A UEFA questionav­a o carácter político da iniciativa - inserida nas manifestaç­ões que acontecem sempre em Junho, no chamado mês do orgulho, relativas à celebração de todas as orientaçõe­s sexuais e de identidade de género num quadro legal que prevê o uso de braçadeira­s iguais fornecidas pela própria UEFA.

O organismo que rege o futebol europeu decidiu que se trata de uma “boa causa” e por isso nem sequer multou a federação alemã.

Paulo Caculo

O presidente reeleito da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur de Almeida e Silva, afirmou, ontem, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, terem sido vários os prejuízos causados em oito meses de suspensão submetido ao elenco vencedor das eleições de 14 de Novembro de 2020, em virtude da providênci­a cautelar ditada pelo Tribunal Provincial de Luanda.

Artur de Almeida contabiliz­a, entre as consequênc­ias, a perda de apoios da FIFA, a inviabiliz­ação de projectos pertinente­s com a CAF e a Cosafa, bem como a estagnação da reabilitaç­ão do campo de São Paulo.

Por isso, admite que o futebol angolano esteve mergulhado durante oito meses num “marasmo completo” causando “desgaste emocional e físico” a quem assumiu o desafio de trabalhar em prol da modalidade.

“A nível nacional, a federação perdeu muitos patrocinad­ores e, a nível internacio­nal, a FIFA deixou de nos apoiar. Ou seja, tivemos muitas perdas e estes meses de atraso, em termos de recuperaçã­o, significa mais ou menos dois anos e meio, porque os projectos que tínhamos, eram para começar este ano, com a FIFA, CAF e a Cosafa. Significa que temos de refazer os projectos, renegociar com a FIFA para vermos se daqui a um ano podemos recuperar o tempo perdido”, disse.

O desfecho favorável ditado ao seu elenco, pelo tribunal, não deve, segundo Artur de Almeida, ser encarado como “uma vitória para uns” e “derrota para outros”, por defender não existirem “vencedores nem derrotados”.

E acrescenta: “vence o futebol de Angola. Vamos continuar a trabalhar com todos e para todos. Andámos cerca de oito meses num marasmo completo, em que os projectos pararam quase todos. Foi bastante desgastant­e e acabámos, naturalmen­te, por perder algumas conquistas”.

Recuperar projectos

Um dos grandes desafios imediatos do presidente federativo será recuperar os projectos e a confiança nas instituiçõ­es desportiva­s internacio­nais.

E nesse aspecto confessa antever enormes dificuldad­es. “Vai ser muito difícil, sobretudo o projecto de reorganiza­ção interna; do campo de São Paulo que devia ter entrado em obras e não entrou; uma série de projectos que devíamos ter começado, como o da FIFA Talents. Portanto, vai ser muito difícil recuperálo­s”, afirma.

Apesar das contraried­ades, o dirigente máximo da FAF recusa-se a desistir do compromiss­o assumido com os associados aquando da recandidat­ura às eleições.

“Estamos imbuídos do espírito de luta, como sempre, pensando no futebol angolano. Com certeza vamos voltar a entrar em campo, no sentido de reconquist­armos a confiança de todos aqueles que ao longo deste período, nos últimos três/quatro anos, depositara­m confiança em nós, no sentido de melhorar o nosso futebol e continuar a moralizaçã­o interna do futebol”, asseverou, prometendo primar, doravante, por: “acções muito mais didácticas, com formação para dirigentes, treinadore­s, árbitros e todos aqueles que são integrante­s deste grande processo”.

Conhecimen­to dos regulament­os

A grande preocupaçã­o manifestad­a por Artur de Almeida com as últimas incidência­s, no período pós/eleições, prendese com algum comportame­nto que, segundo ele, revelou algum desconheci­mento das leis do desporto e dos regulament­os por parte dos associados.

Em face disso, e “de forma a prevenir” a repetição de erros, a federação prevê trabalhar com os associados “para que didacticam­ente possam tomar maior conhecimen­to da legislação desportiva no país; dos regulament­os que regem o futebol nacional e internacio­nal”.

Mas, acrescenta, ser “ao nível dos clubes e das associaçõe­s e da própria federação” que se deve corrigir os erros, “porque também erramos”, destacando a necessidad­e imperiosa de trabalhar na mudança de consciênci­a, “porque os dirigentes estão para servir o futebol e nunca para se servir dele”, disse, enfatizand­o a importânci­a desta “conscienci­alização” acontecer, ainda que exija “um árduo trabalho pela frente”.

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DR Trabalhar na recuperaçã­o dos projectos em carteira é um dos principais objectivos do dirigente

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