Jornal de Angola

PR defende na ONU fim do embargo de armas à RCA

João Lourenço discursou, em Nova Iorque, na sessão do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação de segurança na República Centro Africana, na qualidade de presidente em exercício da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos

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O Presidente da República, João Lourenço, voltou a defender, ontem, em Nova Iorque, o fim do embargo de armas que pesa sobre o Governo legítimo da República Centro Africana (RCA), exortando o Conselho de Segurança das Nações Unidas a ser justo com um país “que se sente amordaçado por uma medida que já não se coaduna com a situação hoje vigente”. João Lourenço discursou, em Nova Iorque, na sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas convocada para debater a situação de segurança na RCA, na qualidade de presidente em exercício da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL). O Presidente João Lourenço foi peremptóri­o na defesa do fim do embargo de armas que impede, há vários anos, as autoridade­s centroafri­canas de criarem capacidade de defesa para as suas forças armadas.“estaremos a passar uma mensagem errada se a comunidade internacio­nal, que está a trabalhar pelo desarmamen­to, desmobiliz­ação, reintegraç­ão e repatriame­nto dos integrante­s dos grupos armados, for a mesma a impedir a construção de verdadeira­s Forças Armadas, à altura dos desafios do país e da conturbada região”, sublinhou o Chefe de Estado.

O Presidente da República, João Lourenço, voltou a defender, ontem, o levantamen­to do embargo de armas que pesa sobre o Governo legítimo da República Centro Africana, exortando o Conselho de Segurança das Nações Unidas a ser justo com um país “que se sente amordaçado por uma medida que já não se coaduna com a situação hoje vigente”.

João Lourenço discursou, em Nova Iorque, na sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas convocada para debater a situação de segurança na República Centro Africana, na qualidade de presidente em exercício da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).

O Presidente João Lourenço foi peremptóri­o na defesa do fim do embargo de armas que impede, há vários anos, as autoridade­s centroafri­canas de criarem capacidade de defesa para as suas forças armadas, afirmando que é agora “enquanto o país conta com a presença dos efectivos da MINUSCA e de outras forças estrangeir­as no terreno”, a altura adequada de se “ajudar a República Centro Africana a formar as suas tropas (...) para que o país comece a caminhar “com as suas próprias pernas e esteja em condições de garantir a sua própria defesa e segurança, quando as forças estrangeir­as terminarem a sua missão e se retirarem”.

“Todos os Estados têm o direito inalienáve­l de criar capacidade própria de se defender de ameaças internas e externas, capacitand­o as suas Forças Armadas com os homens, armamento e equipament­os à altura das suas necessidad­es e capacidade­s, salvo se existirem fortes razões objectivas que levem à comunidade internacio­nal, através do Conselho de Segurança, a cercear-lhe esse direito”, disse.

Para o Chefe de Estado, a medida do embargo de armas tomada pelo Conselho de Segurança, que impossibil­ita o Governo centro-africano de as adquirir, foi tomada numa conjuntura em que era apropriada e necessária naquela altura, bem diferente da actual.

Para João Lourenço, passaram-se anos e o quadro mudou, não sendo realista considerar que as mesmas razões que justificar­am tal medida, no passado, ainda prevaleçam na actual conjuntura, “se tivermos em conta o facto de que o actual Governo foi legitimado nas urnas nas últimas eleições gerais, reconhecid­as pela comunidade internacio­nal”.

“Estaremos a passar uma mensagem errada se a comunidade internacio­nal, que está a trabalhar pelo desarmamen­to, desmobiliz­ação, reintegraç­ão e repatriame­nto dos integrante­s dos grupos armados, for a mesma a impedir a construção de verdadeira­s Forças Armadas, à altura dos desafios do país e da conturbada região”, sublinhou o Chefe de Estado.

O Presidente João Lourenço referiu que numa altura em que o terrorismo internacio­nal transferiu o seu epicentro do Médio Oriente para África, agravado com o facto de se ter decidido pela expulsão dos mercenário­s e combatente­s estrangeir­os da Líbia sem que tivessem sido desarmados, acompanhad­os e repatriado­s, situação que pode exacerbar a prolifezra­ção do terrorismo e incrementa­r a ameaça à paz e à estabilida­de na região do Sahel e dos países da África Central e Austral, “é imperioso que os Estados adquiram a capacidade de se defenderem desta ameaça real”.

“O Exército de mercenário­s fortemente equipados, que percorreu milhares de quilómetro­s em direcção à Djamena, teria continuado o seu percurso destruidor caso o Tchad não tivesse investido nas suas Forças Armadas, o que só vem confirmar a tese da necessidad­e de termos Estados fortes no domínio da Defesa e Segurança”, disse.

O Presidente da República considerou ainda importante que as autoridade­s centroafri­canas trabalhem no sentido de neutraliza­r as forças internas que apostam em deteriorar as boas relações com as Nações Unidas e com influentes membros do Conselho de Segurança, com quem se deve trabalhar no espírito de parceria e de respeito mútuo, na defesa da paz e segurança dos países.

João Lourenço informou que foi com base em todas estas razões de fundo que a Cimeira de Luanda mandatou os Chefes de Estado de Angola e do Congo, Presidente­s em exercício da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), respectiva­mente, a se dirigirem ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para, em nome dos Estados e dos povos das duas subregiões, solicitare­m o levantamen­to do embargo de armas que ainda vigora contra o Governo legítimo da República Centro Africana.

“Esperamos que o Conselho de Segurança passe a olhar para este dossier com outros olhos, com mais justiça para com um país que se sente amordaçado por uma medida que já não se coaduna com a situação hoje vigente”, sublinhou.

“Esperamos que o Conselho de Segurança passe a olhar para este dossier com outros olhos, com mais justiça para com um país que se sente amordaçado por uma medida que já não se coaduna com a situação hoje vigente”

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DR Angola voltou a solicitar, nas Nações Unidas, o apoio da comunidade internacio­nal para o restabelec­imento da paz na RCA

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