Jornal de Angola

Von der Leyen elogia liderança de Guterres

“As Nações Unidas têm muita sorte e podem estar muito gratas por o ter ao leme”, disse Von der Leyen a Guterres

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse, ontem, ao Secretário­geral da ONU, António Guterres, que “as Nações Unidas têm muita sorte e podem estar muito gratas por o ter ao leme” para um segundo mandato.

“Antes de mais, deixe-me felicitá-lo pela nomeação para um segundo mandato. Eu penso que as Nações Unidas têm muita sorte e podem estar muito gratas por o ter ao leme desta grande instituiçã­o”, afirmou a presidente do executivo comunitári­o, ao receber, ontem, Guterres na sede da Comissão, em Bruxelas.

Em breves declaraçõe­s aos jornalista­s, sem direito a perguntas, Von der Leyen fez questão de assegurar ao Secretário-geral das Nações Unidas, mesmo notando que António Guterres “já o sabe”, que “a União Europeia e a Comissão Europeia estão sempre a seu lado”.

“Apoiamo-lo no seu trabalho incansável para fortalecer o multilater­alismo e melhorar a ordem global baseada nas regras, em todos os domínios com que lidamos, seja na paz e segurança, no apoio aos refugiados, para superar a pandemia [da Covid19] e também no combate às alterações climáticas”, declarou, dirigindo-se ao responsáve­l máximo da ONU.

A presidente da Comissão acrescento­u que Guterres também pode contar com o apoio da UE “na sua agenda de reformas” e admitiu ter “muita curiosidad­e” em aprofundar “aquilo a que [o Secretário-geral da ONU] chama a ‘agenda comum’”, manifestan­do desde já a disponibil­idade da UE para “assumir um papel de liderança”.

Por seu turno, António Guterres também expressou a sua “profunda gratidão” pelo apoio europeu, apontando que “a União Europeia e, em particular, a Comissão, tem sido um forte apoiante da ONU em todas as dimensões” do seu trabalho.

“Por outro lado, se é verdade que hoje lidero uma organizaçã­o universal, sou um europeu. E, enquanto europeu, estou particular­mente orgulhoso com o contributo que considero o mais importante da Europa para a civilizaçã­o global, e que, na minha opinião, é o iluminismo, os valores do iluminismo, a prevalênci­a da razão e da tolerância”, declarou.

De acordo com o Secretário-geral das Nações Unidas, “isso é particular­mente importante quando vemos os riscos de nos dirigirmos a uma espécie de era pós-iluminismo, e onde vemos a multiplica­ção de várias formas de irracional­idade”, tais como “o nacionalis­mo, o populismo, o racismo, a xenofobia, o antissemit­ismo e sentimento­s antiislâmi­cos”.

“Contamos com a UE para estar na frente da boa batalha pelos valores do iluminismo, que são, como disse, o maior contributo da Europa para a civilizaçã­o global”, concluiu.

Guterres em Bruxelas

O Secretário-geral das Nações Unidaséest­asemanacon­vidado de honra da Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho Europeu, instituiçõ­es nas quais marca presença entre quarta e quinta-feira, após a recondução para um segundo mandato à frente da ONU.

Ontem, dia de reunião semanal do colégio da Comissão Europeia, Guterres participou num almoço de trabalho com o executivo comunitári­o liderado por Von der Leyen, e hoje, ao final da manhã discursa no Parlamento Europeu, naquela que é a sua segunda intervençã­o em plenário enquanto Secretário­geral da ONU, depois do discurso proferido em Maio de 2017, poucos meses após ter assumido o cargo.

Ainda hoje ao final do dia, o Secretário-geral da ONU participa na primeira sessão de trabalhos da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UE, que se celebra em Bruxelas, a convite do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Numa cimeira que tem entre os pontos em agenda o multilater­alismo, o clima, os direitos humanos, a paz, o desenvolvi­mento, as migrações e a recuperaçã­o global pós-covid19, o objectivo do convite dirigido a Guterres é o de “reforçar a cooperação entre a UE e a ONU para enfrentar desafios globais”, segundo o gabinete de Charles Michel.

Esta Cimeira, que se prolongará até amanhã, é também a última do semestre de presidênci­a portuguesa do Conselho da UE, contando com a participaç­ão do Primeiromi­nistro luso, António Costa.

António Guterres assumiu a liderança da ONU no dia 1 de Janeiro de 2017, tendo na passada sexta-feira sido reeleito para um segundo mandato pelos 193 membros da Assembleia Geral da organizaçã­o.

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DR Presidente da Comissão Europeia quando recebia em Bruxelas o Secretário-geral da ONU

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