Malianos exigem retirada das tropas francesas
Apesar da chuva intensa que ontem de manhã se abateu sobre Bamako, milhares de malianos saíram às ruas para exigir a retirada das tropas francesas, independentemente do que se vier a passar com a “Operação Barkhane”, que Emmanuel Macron já anunciou que seria desactivada no final do mês
Milhares de malianos saíram, ontem, às ruas de Bamako, para protestar contra a presença militar francesa no país, exigindo a sua retirada imediata e incondicional. Segundo a AFP, alguns dos manifestantes ostentavam bandeiras russas e seguravam cartazes pedindo uma maior cooperação entre o Mali e este país europeu.
As manifestações ordenadas por diversas organizações da sociedade civil foram afectadas pelas fortes chuvas que se abateram sobre Bamako, mas serviu para sublinhar a forma como numerosos malianos continuam a encarar a cooperação militar que o seu país mantém com a França.
A semana passada, foi revelado que uma investigação da ONU ligou a França ao ataque aéreo que em Janeiro matou 19 civis reunidos para um casamento no Mali, refutando a ideia de que se havia tratado de uma acção jihadista. Segundo a AFP, a divisão de direitos humanos da Missão da ONU no Mali, juntamente com os especialistas forenses da organização foi “capaz de confirmar, segundo um relatório ontem divulgado, que realmente houve uma cerimónia de casamento que reuniu cerca de 100 civis no local do ataque, incluindo cinco pessoas armadas, supostos membros de um grupo aliado da alqaeda. Na ocasião, pelo menos 22 pessoas foram mortas, incluindo três dos supostos membros do grupo terrorista.
A França confirmou que o bombardeamento ocorreu, mas rejeitou acusações de assassinato das pessoas que estavam no referido casamento, alegando ter “aniquilado terroristas”. Membros das Forças Armadas francesas falaram em bombardear um grupo jihadista com um avião de combate. O Governo do Mali e o Exército francês negaram anteriormente as alegações de que um ataque aéreo francês matou civis que compareciam ao casamento.