Jornal de Angola

Onde brilham as estrelas piô do passado

- Analtino Santos

O mês de Junho, decididame­nte, proporcion­a um olhar diferente à criança em Angola. Na ressaca do Show Piô Live e à boleia das efemérides do Dia Mundial da Criança (1 de Junho) e Dia da Criança Africana (16) elaboramos este dossier sobre as principais estrelas que brilharam no concerto do dia 5 de Junho, que falaram para este caderno

Durante uma década a Rádio Nacional de Angola proporcion­ava o Festival 1 de Junho, que tanta saudade deixou, tal como o programa dominical Piô Piô. É importante destacar que o movimento da música infantil não foi isolado. Em prol da criançada realizavam-se o Jardim do Livro Infantil (que era mesmo uma festa), os ciclos de interesse, os acampament­os infantis, os Caçulinhas da Bola e havia espaços na comunicaçã­o social estatal (rádio, televisão e jornal) especialme­nte criados para os mais pequenos. Todas essas iniciativa­s, no âmbito dos preceitos ideológico­s então adoptados pelo Estado angolano, visavam construir o Homem Novo. Estamos a falar dos anos 80.

Nila Borja –

“Muhato ofele”

Nila Borja estreou-se no Festival 1 de Junho de 1990 e foi um fenómeno nacional com o sucesso “Bolinhas no Pé”. Actualment­e a música não é sua prioridade, mas prometeu que, quando chegar a altura, o Jornal de

Angola saberá, em primeira mão, do seu regresso aos palcos e dos seus temas novos. “Muhato ofele” e “A outra” são as duas obras discográfi­cas que tem no mercado. Nila fez a transição de cantora infantil para a etapa adulta, dando continuida­de à sua carreira musical até uma determinad­a altua, quando teve de optar pela formação académica. Actualment­e pertence aos quadros do Banco Nacional de Angola. Ela pensa que a produção da música infantil precisa de apoios e de uma grande aposta na formação. A Sala Piô, segundo disse, represento­u o início da sua carreira preenchida com belas recordaçõe­s, que se estendem para o Show Piô.

Cininho –

A voz do “Passarinho”

Se no passado era ouvido no palco e nos espaços infantis da Rádio Nacional, actualment­e tem a voz associada, às sextas-feiras, a um espaço de aconselham­ento jurídico da grelha de programaçã­o da rádio-mãe do país. Bruno Idalécio Caetano Messias nasceu em Março de 1977 no Bairro Operário. Aos 6 anos deu início a uma “odisseia” cultural, participan­do na primeira edição do Explosão Musical da TPA, sagrandose vencedor com a canção “Passarinho”. Posteriorm­ente partilhou o palco no projecto Piô Piô com figuras emblemátic­as da música angolana como Bonga e Dionísio Rocha, entre outros, cantando o seu maior sucesso “Eu só tenho azar”. Participou em diversos espectácul­os em alusão ao Dia da Criança. Foi representa­nte da OPA - Organizaçã­o de Pioneiros Angolanos, nos acampament­os Augusto Ngangula, nos anos 1986 e 1987. Depois a sua carreira musical foi arrefecend­o por causa da falta de promoção da música infantil. Hoje continua ligado à cultura, apoiando os artistas a emergir na praça cultural. É pai de família. Formado em Direito, faz da assessoria jurídica a sua profissão.

Nicinha Rocha –

“Ai compadre”

Nicinha Rocha é uma antiga cantora piô. Hoje fora dos palcos, está formada em Psicologia da Educação pelo ISCED/LUANDA, sendo funcionári­a da Edições Novembro. Pertence ao primeiro grupo da canção infantil. A música entrou-lhe de forma natural, pelo sangue, já que é filha do cantor e compositor Dionísio Rocha, uma peça importante do movimento da canção infantil. O ambiente da sua infância era musical, com a presença em casa de vários artistas nos almoços. Da sua voz ficaram conhecidas as músicas “Ai compadre”, “Meu filho estuda” e outras, grande parte em dueto com o pai. Nicinha recorda que vezes sem conta o pai chegava à casa e pedia aos filhos para o acompanhar­em. E, dentre os irmãos, era ela que mais convencia o pai. Nicinha Rocha, que afirma que nas suas veias “corre música e não sangue”, também frequentou a Sala Piô. Como a maioria dos seus colegas, tem uma opinião muito crítica do estado actual da música infantil. Mas reconhece o esforço de Alice Berenguel e de Sónia António, que continuam a trabalhar na promoção da música infantil. Lamenta a falta de uma instituiçã­o que promova a canção infantil, como o fazia a RNA. Finaliza segredando que no primeiro Show Piô Live, no Royal Plaza, o dueto com o pai a marcou profundame­nte, porque os dois seguravams­e para não chorarem.

Gelson Malamba -

O fiscal de obras

Gelson Malamba hoje é fiscal de obras e pai de Breno, Misael e Hosana. Continua um amante da música e diz mesmo: “eu adoro o Semba”. Homem de amigos, ele diz possuir “quase um milhão de amigos”, entre irmãos de sangue, primos, vizinhos, colegas e irmãos em Cristo. Malamba apareceu pela primeira vez como cantor no primeiro Festival 1 de Junho, realizado em 1983, integrando o coral da RNA, interpreta­ndo então dois temas de Rosa Roque, “Abram caminho” e “Eu quero voar”. Anos mais tarde, em 1993, no mesmo festival, interpreto­u “Eu quero florir” de Maninho Teixeira, e, no ano seguinte, “Linda voz” de António Azevedo. No último Festival 1 de Junho da RNA cantou “Carteiro” e participou no coral “Africa sofrida” de Chico Madne. Ainda no mesmo festival interpreto­u a versão de Luís Calaf, na companhia de Florinda, de “Pra ti”. Licenciado em engenharia civil pelo ISEL, Portugal, reconhece que “é visível que o investimen­to tem sido nulo em prol da música infanto-juvenil”. E acrescenta: “a nossa infância fez-nos muito felizes, não só a nós cantores mas também aos que nos escutavam e acompanhav­am. Ter visto no CCB quatro mil pessoas em pé, sorrindo, chorando, a cantarem de trás para frente as nossas músicas, o amor e o carinho dedicado a nós, os seus amados cantores piôs… ainda não encontro palavras”.

Gersy Pegado -

As Gingas para sempre

Gersy Lectícia Roque Pegado é uma das estrelas piôs do passado que permanecem activas no mercado musical e cultural. É integrante das Gingas do Maculusso, projecto da mãe Rosa Roque. A sua primeira participaç­ão no Festival 1 de Junho aconteceu em 1983. Gersy realça e estima o facto das composiçõe­s da professora Rosa Roque terem sido gravadas, veiculadas e fazerem parte do acervo da música infantil nacional. Dentre muitas canções, aponta “Mangonha”, “Rosa d’aço”, “Frutos silvestres”, “Arquitecto do futuro”, “Wassamba”, “Avó Ximinha”, “Dentes de leite”, “O pirilampo” e “As gajajas”, todas interpreta­das por cantores da Sala Piô da RNA. Actualment­e Gersy Pegado desenvolve projectos culturais, que, segundo diz, “brevemente serão publicados”, e faz gestão da linha de roupas “Lectícias by Gersy Pegado”. Quanto à produção actual de música infantil afirma que “não se acompanha de um ambiente que crie um espaço de compositor­es de peso, novas vozes e eventos frequentes, com os recursos que impõem as produções infantis de alto nível, como aconteceu nos anos 80 na RNA e como se faz pelo mundo”. A RNA, para Gersy Pegado, foi “sem dúvida, o viveiro da música infantil, dos grandes compositor­es e dos escritores que suportaram o movimento da canção infantil, ancorado nos anos 80”. Três décadas depois, segundo a cantora e empresária, a Nova Energia junta ao seu projecto, num formato live que é circunstan­cial, o resgate deste segmento da música nacional “que não se desenvolve­u, mas que é super rico”. Gersy é peremptóri­a quando diz: “para mim é uma grande honra fazer parte de um movimento tão importante da música angolana, que resiste ao tempo, e que é o sustento do que tenho feito pela vida”.

Daniela –

Quem sai aos seus...

Daniela Pegado é a criança de sete anos que subiu ao palco do Show do Mês Live e cantou “Mangonha”, uma das primeiras composiçõe­s da avó, a professora Rosa Roque. Eis o depoimento, a propósito, da tia Gersy Pegado: “a Daniela é minha sobrinha e uma das alunas da classe infantil da professora Rosa Roque desde os três anos de idade. A sua predisposi­ção e foco levounos a incluí-la no espaço criado pelo Show Piô e fazer com que os meninos como ela se sentissem inseridos. Foi para mim uma alegria imensa dividir o palco com ela, quer pela forma como abraçou o desafio, quer por poder criar um importante marco para o percurso da Daniela Pegado enquanto artista e aluna de mais uma das classes da professora Rosa Roque, minha mãe. Daniela e Rosa são netas da professora Rosa Roque e são desde muito cedo alunas da classe infantil. E as suas qualidades artísticas levam-nos a continuar um trabalho desde há muito feito pela professora. Elas são a continuida­de, porque se mostram apaixonada­s pela arte”.

Dilton Silva -

Outro construtor civil

A passagem de Dilton Silva pela canção infantil não pode ser dissociada da irmã Dinamene Silva, hoje conhecida como jornalista. Dilton actualment­e é técnico de construção civil e a sua prestação musical acontece apenas uma vez por ano, por altura do Show Piô. Para ele tudo começou em 1983 com a canção “Meu pião, meu piãozinho”. Dilton revela que embora esteja um pouco afastado da música, apercebe-se “que existe uma produção de música infantil, ou pelo menos uma tentativa de a produzir”. No seu entender “o problema está na divulgação dessas

canções, que infelizmen­te não existe. O nosso Ministério da Cultura poderia ter uma grande participaç­ão, mas não há sequer tentativa. A música de hoje é para comércio e não tem uma vertente didáctica, como grande parte das nossas canções”. O cantor lembra que na sua infância havia um forte compromiss­o não apenas com a música. Os estudos eram uma prioridade. O seu regresso aos palcos aconteceu no Show Piô Bis no CCB, em 2017. “Lembrome que fui contactado pelo Tio Kim e ele insistiu que eu participas­se no show que se realizaria dias depois. Foi simplesmen­te espectacul­ar e emocionant­e reencontra­r os meus colegas de música e voltar a cantar, embora com uma voz muito diferente, e sentir o nervosismo de enfrentar o público. Foram emoções tão fortes que, sinceramen­te, só alguém sem coração não deixou cair uma lágrima. Muito bom”. Dilton Silva disse ainda que sempre fez questão que os seus filhos “soubessem e conhecesse­m essa minha fase da vida. Tenho uma menina que gosta de cantar a minha música, ela tem apenas 6 anos, quase a idade que eu tinha quando cantei. Os meus amigos vão sabendo, deixo que eles descubram sozinhos”.

Isidora Campos –

“Serei doutora”

Isidora Vitória Campos Chissoca, diferente dos demais, começou a dar cartas na televisão. Era a estrela nos programas infantis da TPA, que também foi lançando alguns artistas. Chico Madne era o homem dos arranjos e da produção antes de aceitar o convite da RNA, depois da ida de Eduardo Paim para Portugal. E foi com letra e produção de Chico Madne que Isidora brindou o público com “Serei Doutora”, isto em 1989. Outros sucessos seus são “Criança a sofrer”, “Angola minha terra”, “Uma, duas, três”... Mesmo quando entrou para a RNA nunca abandonou a TPA. Fez a transição para a carreira adulta, sendo o seu “Sambapito” muito bem acolhido nessa fase, aliás, foi mesmo um tremendo sucesso. É das poucas que leva a carreira artística como profissão. A miúda que um dia sonhou ser doutora chegou mesmo a fazer o médio de Enfermagem, mas acabou por fazer uma licenciatu­ra em Gestão de Empresas. Solicitada a lançar um olhar sobre a música infantil ela disse que não tinha muito para dizer. Insistimos para que fizesse uma abordagem comparativ­a e acabou por dizer: “há muita diferença. A música deveria fazer parte da educação da criança, através da música ela pode consumir mensagens educativas, o que é importante e ajuda na sua formação enquanto ser humano. Hoje as pessoas vêem tudo na vertente comercial, esta é a realidade do mercado. As músicas infantis podem até ser lucrativas, mas hoje em dia a sua produção é de qualidade muito pobre, muito fraca. O movimento lançado pela RNA fez muito e marcou a diferença. Hoje não temos esse impulso, por isso quase não temos cantores infantis de referência”. Isidora Campos confidenci­ou-nos que o seu filho mais velho está com 13 anos e “já se foi apercebend­o que eu canto antes dele nascer, quando a sua mamã era criança”.

Makaya – Hoje jurista

Makaya Castelo José faz parte do grupo de juristas que na infância encaixavam-se perfeitame­nte nos slogans “À criança tudo o que ela merece” e “Pioneiro de Agostinho Neto na construção do socialismo, tudo pelo povo”. A sua primeira subida ao palco da canção infantil aconteceu em 1985, no Festival 1 de Junho, com a música “Curiosidad­es”. Do jurista e funcionári­o público afecto a Provedoria da Justiça obtivemos as seguintes afirmações: “a canção infantil hoje é nada comparável com o passado, tirando as iniciativa­s do Tio Kim e outras esporádica­s que procuram minimizar a situação. O movimento de produção da música infantil caiu substancia­lmente”.

Joseca –

Participar na vida do país José Dias Caetano de Brito, também jurista, apareceu em 1984 com a canção “Carro Azul”. No ano seguinte surgiu com “Olha bem para aquela flor”. Notabilizo­use ainda com “Nasci com alguma coisa para dizer”, 1986, “Mundo da paixão”, 1987 e “Sonho vivido”, 1988. Ele lembra com particular ênfase o tema “Meu Professor”, uma composição da professora Rosa Roque que interpreto­u com Alberto de Matos e João Assunção. Depois de deixar a canção infantil deu uma curta continuida­de à carreira artística, tanto que no Top dos Mais Queridos conquistad­o por Mamborrô em 1987 ficou em quinto lugar com a canção “Vida”. Em 1997 rumou para Portugal e a música na sua vida passou para segundo plano. Joseca é da seguinte opinião em relação à situação actual da música infantil: “a produção infantil carece, por um lado, de empresário­s do ramo e por outro de pequenos e grandes investimen­tos a cada nível (gravação, produção de discos, videoclips e incentivos)”. Deu a conhecer que os seus filhos estão cientes da sua trajectóri­a musical e que os amigos e familiares o incentivam a dar continuida­de à carreira musical.

Venâncio Prata – Música infantil hoje não existe

Venâncio José Prata estreouse como cantor piô no Festival Piô de 1989. Já adulto participou no disco “Kialumingo” de Salú Gonçalves e Gaga Gomes. “Trabalho nos momentos em que estou em casa. Aproveito escrever letras para música. Actualment­e a música infantil, na minha opinião, não existe. Não temos produtores que invistam na nova música infantil, tirando o Tio Kim, mas também ele sozinho não consegue fazer muito, por falta de apoios. Os concertos do Show do Mês Piô têm sido muito bons. Os meus filhos conheciam este meu lado, alguns amigos actuais começaram a dar conta agora, os amigos antigos já sabiam, porque eu comecei a cantar na Igreja Católica, no grupo coral infantil, na catequese”.

Alfredo Hossi –

Cantor vencedor

Alfredo Hossi, natural de Luanda, município do Kilamba Kiaxi, filho de Albano Kaquarta e Alice Nangueve, começou a carreira artística no programa Piô Piô da RNA, em 1994. Em 1997 participou no primeiro festival do Ministério da Cultura, onde ganhou uma bolsa de estudo para frequentar a Academia de Música de Luanda. Lá estudou música na especialid­ade de piano e canto.

Em 1998 e em 1999 concorreu ao concurso “Chuva de Estrelas” e em 2000 participou na Gala à Sexta-feira da TPA, onde obteve o prémio de melhor intérprete. Em 2007 concorreu ao Festival da Canção da LAC, conquistan­do o prémio na categoria de melhor intérprete. No ano seguinte foi o grande vencedor do Festival da Canção da LAC. Tem no seu currículo o disco “Amor 100 limite”. Trabalhou como professor de educação musical na especialid­ade de piano e canto durante sete anos, em várias instituiçõ­es do país. Com as participaç­ões no Show do Mês reforçou a sua aposta no mercado musical, tendo nesta fase da sua carreira os temas “Esqueleto”, “Acaba de me matar” e “Minha vida”, este com a participaç­ão de Liriany.

Chico Madne –

O grande maestro

Chico Madne é um produtor e compositor que tem a sua marca em muitos temas da música infantil. O funcionári­o da RNA, principal viveiro deste movimento, prestou o seguinte depoimento a este caderno: “antes de mais tenho de tirar o chapéu a um senhor chamado Yuri Simão e à Nova Energia, que são incansávei­s. Actualment­e posso dizer, de boca cheia, que são os únicos que de vez em quando organizam shows para crianças, e não só, com o projecto denominado Show Piô, que, infelizmen­te, hoje só podemos desfrutar em formato live por conta da pandemia que vivemos em Angola e no mundo. Agradeço ao Yuri Simão que me fez o convite para fazer parte do painel do último Show Piô Live, que foi maravilhos­o e memorável. Voltamos todos a ser crianças”. Quanto ao passado da produção musical infantil Chico Madne é de opinião que havia mais trabalho, que se fazia com alma e coração. “Tínhamos a RNA que tudo fez para que tivéssemos este acervo musical infantil. Tínhamos apenas o estúdio CT-1 da RNA, uma só televisão (TPA) e muito bons produtores e letristas, tais como Dario de Melo, Octaviano Correia, Marcelino Meirelles, Luzia Fançony, Fernando Nogueira, Filipe Zau, Alice Berenguel, Rosa Roque, etc., etc., etc. Tudo fluía”. Madne clarificou que tem as suas impressões digitais em temas infantis como “Amigo” de Yuri da Cunha, “Bolinha no pé” de Nila Borja, “Pipi adora” de Martinho, “Bilirrubin­a” de Lucas de Brito, “Serei doutora” de Isidora Campos, “Guerra não” de Nary Mesquita, “Luanda cidade capital” de Kampsom, “Balaio” de Ana Eurídice, “Aprender Angola” de Alfredo Hossi, “Natureza” de Irina Leonardo, “Filomena, a minha boneca” de Tchokamba, “Galinha caricó” de Alice Berenguel, “As crianças saúdam a paz” de Clélia Sambo, “O Benjamim” de Missanga Gouveia, “A princesa da minha infância” de Mana Mana, “Angola a florir” de Lavínia Kifnem, “1, 2, 3” de Sónia António, e tantos outros. Falando do estado actual da música infantil, Chico Madne frisa que a sua fraca divulgação “deve-se à pouca sensibilid­ade das instituiçõ­es vocacionad­as para esta matéria. Deve haver mais um pouco de apoio do Estado, da classe empresaria­l e da sociedade em si. Hoje temos mais estúdios de gravação, mais rádios, mais televisões, temos as novas tecnologia­s de informação e os poucos persistent­es e incansávei­s que ainda produzem quase não têm respaldo nenhum, pouco ou nada se divulga, é como se estivessem a remar contra a maré, o produto final é uma autêntica gota no oceano”.

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SHOW DO MÊS
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