Jornal de Angola

Cidadania Fiscal foca 10 mil contribuin­tes

- Isaque Lourenço

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) pretende formar, até ao final deste ano, pelo país, 10 mil estudantes do ensino superior no âmbito da estratégia de sensibiliz­ação dos contribuin­tes sobre a "Cidadania Fiscal", segundo dados obtidos pelo Jornal de Angola.

O programa visa trazer ao circuito oficial os potenciais contribuin­tes, tidos como força activa, de entre os 32 milhões de habitantes listados no último Censo Geral da População e Habitação, e reforçar a actual fasquia de 5,2 milhões de contribuin­tes. Até agora perto de 3,7 mil cidadãos do públicoalv­o foram atingidos.

De acordo com a AGT, o processo de modernizaç­ão em curso de que resultou a adopção do número do Bilhete de Identidade como o Número de Identifica­ção Fiscal (NIF) obriga a partilha da base de dados com o sector de Identifica­ção Civil do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

Como resultado imediato, elimina-se a obrigatori­edade de apresentaç­ão do cartão ou folha de NIF como até então exigiam os diversos serviços públicos e privados.

Por outro lado, a AGT afirma que o Sistema Integrado de Gestão Tributária está a permitir maior interacção com os contribuin­tes e apoiado em meios tecnológic­os modernos está a permitir que actividade­s antes executadas só de modo presencial, actualment­e ocorram em sistema remoto.

Uma das referência­s citadas é o programa ASYCUDA, que interligou as estâncias aduaneiras e acelerou os despachos de mercadoria­s. Com isso, avançam, reduziram-se os custos e o tempo com a expedição de processos, tornando a tributação mais justa, eficiente e eficaz.

Em perspectiv­a, a AGT prevê adoptar um Imposto Único, inicialmen­te no Imposto Predial, mas que se vai estender, ao longo prazo, noutras categorias de contribuiç­ão fiscal.

Recentemen­te, o bastonário da Ordem dos Contabilis­tas e Peritos Contabilis­tas de Angola (OCPCA), Manuel Ribeiro Sebastião, disse que os profission­ais de contas no país ainda são insuficien­tes para tamanho desafio de melhorar a arrecadaçã­o fiscal por via de maior transparên­cia nas contas das empresas.

Sobre a revisão da taxa de IVA, Manuel Ribeiro entende ser preciso um estudo rigoroso a aferir o impacto deste imposto nas finanças dos cidadãos, das empresas e do Estado. Sugere mesmo que a máquina fiscal seja menos burocrátic­a e mais próxima do contribuin­te, reduzindo as mais de 200 contas que baralham até contabilis­tas.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO AGT promete tornar mais acessível o pagamento de impostos

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