Fabrimetal nega compra de matéria-prima roubada
No mês passado, a empresa ajudou a abortar uma tentativa de venda de cem toneladas de travessas de carris da linha férrea
A Fabrimetal esclareceu, quarta-feira, em Luanda, em conferência de imprensa, que não compra material ferroso roubado ou furtado e garantiu que os fornecedores da matéria-prima que utiliza estão bem identificados.
O director-geral da empresa, Luís Nunes, em conferência de imprensa realizada para declarar que “é uma pura mentira” a informação que circula de que a Fabrimetal estaria a comprar material ferroso roubado e furtado em Luanda ou em outras províncias, como carris de caminho-de-ferro, cabos eléctricos e tampas/sarjetas de esgotos ou material bélico.
Luís Nunes adiantou que todo o material ferroso que entra na fábrica é submetido a uma verificação rigorosa, durante a qual, se for detectado “algo estranho”, a Polícia Nacional é comunicada.
O gestor fabril garantiu que a empresa, existente no mercado há dez anos, sempre pautou por uma boa conduta e tem boa colaboração com as autoridades policiais e administrativas do município de Viana e da província de Luanda.
A Fabrimetal, com 500 trabalhadores nacionais e 120 expatriados, tem 50 fornecedores que recolhem, diariamente, cerca de 400 toneladas de resíduos em todo o país, sendo que os referidos abastecedores da matéria-prima à empresa estão “bem identificados”.
“Todo o material colectado passa por um rigoroso processo de avaliação, para permitir que apenas o material da mais alta qualidade seja utilizado no nosso processo produtivo”, acentuou o director-geral.
No início do mês passado, a Fabrimetal, segundo explicou o seu responsável, ajudou a abortar uma tentativa de venda de cem toneladas de carris de linha férrea, numa operação que resultou na detenção de três elementos que eram fornecedores daquela fábrica.
A Fabrimetal, uma empresa de direito angolano, entrou em actividade com um investimento inicial de USD. 9.800.000.00 (nove milhões e oitocentos mil dólares), projecto que precisou de reinvestimento, em 2020, com a injecção de 21 milhões de dólares, para aumentar a capacidade produtiva.
“A capacidade de produção é de 12 mil toneladas/mês, mas esperamos que, até final deste ano, consigamos fazer um pequeno aumento da capacidade produtiva e do nível de eficiência”, salientou o director-geral da Fabrimetal.
A fábrica começou a produzir varão de aço, gama de produção que foi alargada o ano passado com o fabrico de cantoneiras, varas e perfis.
A Fabrimetal começou, em 2017, a exportar para o mercado internacional, tendo escolhido o Mali, Ghana,
Senegal e a República Democrática do Congo.
Aposta na importação
Neste ano, o nível de exportação da referida empresa já atingiu 10.500 toneladas, dentro de uma previsão de 25 mil toneladas. No ano passado, foram exportadas 19. 500 toneladas.
Luís Nunes considerou que, internamente, os produtos da Fabrimetal “têm tido alguma saída”, devido à implementação do Programa de Intervenção nos Municípios (PIIM).
“É impossível imaginar um mundo sem aço”, destacou o director-geral, para quem “fortes indicadores de desenvolvimento económico de um país são a produção e o consumo de aço, que crescem com a construção de edifícios, execução de obras públicas, instalação de meios de comunicação e a produção de equipamentos”.
Luís Nunes deu ênfase ao facto de, na sequência do uso de sucata ferrosa como material prima, a Fabrimetal ajudar a reduzir o impacto ambiental, por não sobrecarregar os aterros sanitários e industriais e, consequentemente, por promover uma economia circular.
Antes da conferência de imprensa, os jornalistas presentes foram convidados a visitar a fábrica, onde se inteiraram do processo de transformação de sucatas para aço.