Conferência realça papel formativo das bibliotecas
A importância da diversificação dos serviços bibliotecários à sociedade e a criação de uma rede de apoio e orientação pública, são algumas das medidas, sugeridas pela docente Maria José Ramos, a serem implementadas para a recuperação do papel formativo das bibliotecas.
A sugestão foi apresentada, ontem, em Luanda, durante uma conferência sobre “O papel das Bibliotecas como actores - Chaves na Sociedade de Informação”, realizada nas celebrações do Dia Mundial das Bibliotecas, assinalado também ontem.
Formada em Ciência da Informação, Maria José Ramos, que já foi directorageral da Biblioteca Nacional, falou sobre a importância das “Bibliotecas na Sociedade da Informação” e destacou o contributo destas e dos serviços de informação para a adequada colocação em prática de uma sociedade de informação inclusiva.
O Dia Mundial das Bibliotecas, disse, serve também para enaltecer a sociedade da informação em acção, sobre a importância da leitura na educação e na formação das pessoas. Durante a palestra, Maria José ramos destacou o papel destas na formação para a liberdade intelectual, ao conceder acesso a informação.
As bibliotecas, referiu, ajudam a conservar os valores democráticos e os direitos civis com imparcialidade, “opondo-se a qualquer forma de censura”. “A principal função exclusiva das bibliotecas e serviços de informação consiste em responder às questões e as necessidades das pessoas”, disse.
Sobre agenda 2030 das Nações Unidas, adoptadas durante a Cimeira de Desenvolvimento Sustentável, realizada de 25 a 27 de Setembro de 2015, em Nova Iorque, EUA, a docente adiantou que esta “vem contemplar os resultados alcançados pelas metas de desenvolvimento do Milénio”.
A agenda, continuou, advém do entendimento dos
Estados Membros de que um modelo de entendimento sustentável para as gerações futuras oferece o melhor caminho a seguir para reduzir a pobreza e melhorar a vida das pessoas em todo o mundo.
Neste processo, destacou, concluiu-se que a evolução das bibliotecas públicas ao longo dos tempos, mostra a importância destas instituições no apoio à investigação, nos processos de ensino e aprendizagem, ou de um modo geral no provimento de informações pertinentes na tomada de decisões a todos os níveis. “Por essa razão, merecem um olhar cuidadoso e atento dos decisores políticos que devem dotá-las dos recursos financeiros, materiais e humanos necessários para o pleno exercício das suas funções”, solicitou.
Comunidades
O chefe do Departamento de Aquisição e Depósito Legal da Biblioteca Nacional, Joaquim Luís, que apresentou a dissertação “A importância das Bibliotecas Comunitárias”, destacou a relevância destas entre os jovens, inclusive aos de ajudar na inclusão social, no incentivo ao gosto pela leitura, promoção do aprendizado e na formação do indivíduo.
Actualmente, adiantou, as bibliotecas comunitárias se apresentam como uma nova tipologia, pois, apesar de serem espaços públicos de informação são sustentadas por pessoas da sociedade em geral. “São locais que preservam a natureza de uso público nos processos decisórios e avaliativos”.
As bibliotecas comunitárias, aclarou, como “instituição de memória e de práticas de aprendizagens e de mudanças sociais, podem ser analisadas como formas de organização social, criadas para a produção e troca de registo de conhecimento locais, gerando, uma memória social”.
A moderadora da conferência e actual directorageral da Biblioteca Nacional, Diana Afonso Luhuma, esclareceu aos participantes, maioritariamente afecto a estas instituições, públicas e privadas, que é preciso melhorar a dinâmica comunicativa presencial na criação de estratégicas para o funcionamento harmonioso destes locais.