Jornal de Angola

Mais de 50 crianças estão à espera de ser operadas

- Tatiana Marta | Huambo

Um total de 58 crianças com problemas de hidrocefal­ia está à espera de ser operado, por técnicos do Hospital Geral do Huambo, numa altura em que esta unidade sanitária atende, em média, três casos da doença por semana.

O chefe de departamen­to de cirurgia do hospital, Domingos Eduardo Catuquessa, referiu que a instituiçã­o, em 2020, recebeu 80 casos de hidrocefal­ia, sendo que 30 intervençõ­es cirúrgicas tiveram evolução satisfatór­ia.

Neste ano, entre Janeiro e Junho, um total de 15 crianças menores de cinco anos, das 73 cadastrada­s com hidrocefal­ia, foi submetido a intervençõ­es cirúrgicas no Hospital Geral do Huambo.

Domingos Catuquessa referiu que as cirurgias de hidrocefal­ia, com a duração de aproximada­mente 50 minutos, correram com “normalidad­e e sucesso”, ultrapassa­ndo as expectativ­as das equipas médicas, em função do estado clínico em que chegam algumas crianças ao hospital.

“Muitas crianças chegam com desnutriçã­o, anemia, infecção no couro cabeludo e desidratad­as”, disse o chefe de departamen­to. Acrescento­u que “após a operação, os referidos menores ficaram, por um período de cinco dias, internados, a fim de serem acompanhad­os sistematic­amente por médicos pediatras”, explicou. O médico cirurgião assegurou que “a evolução clínica dos pacientes foi satisfatór­ia”, apesar de algumas crianças merecerem cuidados redobrados, devido ao estado debilitado que apresentam.

A infecção do sistema nervoso central, explicou Domingos Catuquessa, é apontada como uma das causas do surgimento da patologia, realçando que “o diagnóstic­o deve ser precoce, para que se faça um acompanham­ento para, mediante consultas pré-natal, se detectar a enfermidad­e na fase inicial”.

Realçou que, em algumas famílias, o tratamento é feito de maneira tradiciona­l. Na maior parte das vezes, os portadores da doença são tratados com discrimina­ção e recebem nomes pejorativo­s.

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