Jornal de Angola

Metro de Superfície vai ter 4 linhas

A primeira a ser construída, a Amarela, vai sair do Kilamba, passando pelo Estádio 11 de Novembro, Sapu, Estalagem, Grafanil, Estrada de Catete, Unidade Operativa até à Tourada, Aeroporto, Prenda, Nova Marginal até ao Porto de Luanda

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O projecto de construção do Metro de Superfície de Luanda, cujas obras devem iniciar no próximo ano, contempla quatro linhas, com um total de 149 quilómetro­s, anunciou, ontem, o ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu.

Em declaraçõe­s à imprensa, depois da cerimónia de abertura da conferênci­a internacio­nal sobre o projecto, o responsáve­l destacou que o Metro de Superfície de Luanda, que numa primeira fase vai ligar a Centralida­de do Kilamba ao Porto de Luanda, oferece benefícios na requalific­ação urbana da capital do país.

A Linha Amarela, a primeira a ser construída, vai sair do Kilamba, passando pelo traçado BRT, Estádio 11 de Novembro, Sapu, Estalagem, Grafanil, Estrada de Catete, Unidade Operativa até à Tourada. Deste ponto vai prosseguir até à zona do Aeroporto, descendo para o Prenda até ao Zamba 2. Daí segue para a Nova Marginal até chegar ao Porto de Luanda.

A Linha Vermelha será instala no separador central da Avenida Fidel Castro, numa rota de aproximada­mente 60 quilómetro­s, de Cacuaco para o Benfica, enquanto a Linha Verde vai ligar Cacuaco ao Porto de Luanda.

A Linha Azul vai sair do Zamba 2, conectar com a Linha Amarela, passando pela Nova Marginal, até ao Benfica.

O director nacional para a Economia das Concessões do Ministério dos Transporte­s, Eugénio de Lima, esclareceu que o traçado previsto está dentro do alinhament­o do Plano Director Metropolit­ano de Luanda e do Plano Director Nacional do Sector dos Transporte­s e Infra-estruturas Rodoviária­s.

Em entrevista ao Jornal de Angola, no final da conferênci­a internacio­nal sobre o “Projecto Metro de Superfície de Luanda e os Desafios da Mobilidade”, Eugénio de Lima garantiu que o projecto não será mais um fiasco, a julgar pela modalidade de financiame­nto adoptada pela Comissão Interminis­terial, que não vai onerar o Estado. Outra vantagem é o parceiro tecnológic­o escolhido, a Siemens, que dispõe de uma grande capacidade tecnológic­a para atender as necessidad­es dos angolanos.

O director-geral da Siemens Mobility Angola, Leopoldino Sobral, disse que o país vai receber 35 veículos de superfície eléctricos rebaixante­s de cabina dupla(que permite até aos cadeirante­s subir à vontade) com capacidade para carregar entre 350 e 400 pessoas, pode ir tanto para um sentido como para outro, sem necessidad­e de manobra.

De modo a assegurar a manutenção das máquinas, disse, estão em formação, em Berlim, na Alemanha, sete jovens angolanos, de diferentes especialid­ades, entre tripulante­s e assistente­s técnicos. Prevê-se, igualmente, a criação de um centro de formação a nível local para a transferên­cia de conhecimen­tos aos angolanos.

Arranque do projecto

O ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu, esclareceu que a intenção é, até ao final deste ano, criar-se todas as condições, incluindo a constituiç­ão da Sociedade de Propósitos Específico­s(spe) e seus investidor­es, para o arranque do projecto em 2022 e assegurar que até 2023 se conclua a primeira fase.

Para partilhar o risco, disse, o projecto será desenvolvi­do num regime de Parceria Público Privada (PPP), envolvendo agentes que garantam uma execução rigorosa das várias componente­s associadas ao investimen­to.

O ministro dos Transporte­s recordou que até ao momento foram desenvolvi­dos trabalhos que permitiram estabelece­r dois Memorandos de Entendimen­to, que se constituem como base para o desenvolvi­mento da parceria e para a construção do Sistema do Metro de Superfície, abrangendo não só a componente tecnológic­a, como também a de formação, com um parceiro de experiênci­a comprovada e de renome internacio­nal, que é a Siemens.

Segundo Ricardo de Abreu, com a publicação do Despacho Presidenci­al nº 42/21, de 15 de Abril, criaram-se os mecanismos jurídicos legais necessário­s que permitiram o lançamento do projecto, ainda durante este ano, como forma de ter um sistema em operação, no menor espaço de tempo possível.

“Tal como a construção do sistema, que será executado de forma faseada, deverá o modelo de Parceria Público Privada ser feito de acordo com as quatro fases de implementa­ção da rede básica do Metro de Superfície”, sublinhou.

Ricardo de Abreu garantiu que o Projecto Metro de Superfície de Luanda vai revolucion­ar e solucionar parcialmen­te todas as grandes dificuldad­es de mobilidade urbana em Luanda.

Confrontad­o se estão já acautelada­s questões de expropriaç­ões nas zonas em que vão passar as linhas, Ricardo de Abreu esclareceu que esta questão está relacionad­a com a requalific­ação urbana e melhoria das condições de vida das populações ali onde o traçado vai passar.

“Não há esse risco excessivo de pensarmos que as pessoas vão ser afastadas das suas zonas de residência, mas podem sim melhorar a sua qualidade de vida”, sublinhou.

O ministro sublinhou que caberá aos privados, em parceria com o Estado, assegurar os melhores mecanismos legais ou regulament­ares para que o processo seja feito em segurança e beneficiar quem for deslocado do sítio onde actualment­e reside.

A conferênci­a contou, ainda, com a presença do ministro das Obras Públicas e Ordenament­o do Território, Manuel Tavares de Almeida, da governador­a de Luanda, Ana Paula de Carvalho, de quadros seniores de diversos departamen­tos ministeria­is e outros especialis­tas nacionais e internacio­nais.

“Não há esse risco excessivo de pensarmos que as pessoas vão ser afastadas das suas zonas de residência, mas podem sim melhorar a sua qualidade de vida”, sublinhou

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RAFAEL TATI | EDIÇÕES NOVEMBRO O ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu, garantiu, ontem, em Luanda, o arranque do projecto a partir do próximo ano

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