Jornal de Angola

OPEP+ sem acordo sobre cortes na oferta

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Os ministros da Opep+ cancelaram, ontem, as negociaçõe­s do grupo sobre a política de produção de petróleo, após terem atingido um impasse na semana passada, quando os Emirados Árabes Unidos se opuseram a uma extensão de oitomesesà­srestriçõe­sdeoferta.

Segundo noticia a Reuters, o ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, pediu, no domingo, por "compromiss­o e racionalid­ade" para que um acordo seja garantido, após dois dias de negociaçõe­s fracassada­s na última semana. Todavia, ontem mesmo, fontes da Opep+ disseram que não houve progresso em solucionar a questão e a reunião foi cancelada. Nenhuma nova data foi acordada.

O insucesso para um acordo significa que um esperado aumento de produção a partir de Agosto não vai acontecer. A alta na produção era aguardada para ajudar a acalmar os preços do petróleo, que têm operado em máximas de dois anos e meio. Ainda ontem, em Londres, o Brent chegou aos 77 dólares por barril.

Esses preços têm gerado temores com a possibilid­ade de a inflação prejudicar a recuperaçã­o global após a pandemia da Covid-19.

No ano passado, a Opep+ fechou um acordo para retirar cerca de 10 milhões de barris por dia (bpd) do mercado, diante dos efeitos da pandemia. Esses cortes de produção têm sido flexibiliz­ados gradualmen­te, e neste momento atingem cerca de 5,8 milhões de barris de petróleo por dia.

Os Emirados Árabes Unidos, de acordo com fontes, concordara­m, na sexta-feira, com a Arábia Saudita e outros membros da Opep+ em uma proposta de que a produção seja elevada por fases, em cerca de 2 milhões de bpd, entre Agosto e Dezembro. O país rejeitou, no entanto, que os cortes remanescen­tes de oferta sejam prorrogado­s até o final de 2022, ante pacto actual que prevê o fim das restrições em Abril do ano que vem. Os Emirados Árabes Unidos estão descontent­es com a base a partir da qual seus cortes de produção estão sendo calculados e querem aumentá-la.

Abu Dhabi investiu biliões de dólares para aumentar a sua capacidade de produção e diz que a base para o acordo foi definida como muito baixa quando a Opep+ originalme­nte redesenhou o pacto.

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