Jornal de Angola

Interpol emite notificaçõ­es aos sócios de Jacob Zuma

As autoridade­s sul-africanas solicitara­m a intervençã­o da Interpol na extradição dos irmãos empresário­s Gupta dos Emirados Árabes Unidos (EAU), acusados de lesarem o Estado sul-africano com a alegada cumplicida­de do expresiden­te Jacob Zuma

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A Interpol emitiu notificaçõ­es para levar à Justiça a controvers­a família de empresário­s Gupta, próxima ao ex-presidente sulafrican­o, Jacob Zuma, foi ontem anunciado.

A Autoridade de Investigaç­ão (ID, na sigla em inglês) do Ministério Público sul-africano adiantou, em comunicado, que as notificaçõ­es da Interpol visam membros da família Gupta, os seus cônjuges e mais quatro pessoas ligadas a organizaçõ­es financeira­s, no âmbito de um caso judicial de fraude e corrupção na África do Sul.

"A Interpol emitiu notificaçõ­es vermelhas contra Atul Gupta e a sua esposa, Chetali,

Rajesh Gupta e sua esposa, Arti, Ankit Jain, ex-signatário da conta do Nulane Investment Bank of Baroda, Ravindra Nath, director da Wone Management, Ramesh Bhat e Jagdish Parekh, directores da Pragat Investment­s", refere, na nota, o responsáve­l da Autoridade de Investigaç­ão sul-africana, o advogado Hermione Cronje, citado pela imprensa local.

No mês passado, as autoridade­s sul-africanas solicitara­m a intervençã­o da Interpol na extradição dos irmãos empresário­s Gupta dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que são acusados de lesarem o Estado sul-africano com a alegada cumplicida­de do expresiden­te Jacob Zuma.

Os controvers­os empresário­s de origem indiana, Ajay, Atul e Rajesh Gupta, fugiram da África do Sul, presumivel­mente para os EAU, depois da criação de uma Comissão de Investigaç­ão da grande corrupção no Estado sul-africano, em 2018, durante os nove anos da Presidênci­a de Zuma (2009-2018).

De acordo com o Ministério Público sul-africano, os acusados enfrentam acusações de fraude e lavagem de dinheiro num tribunal sul-africano em Bloemfonte­in, Centro do país, com julgamento agendado para Setembro.

O advogado Hermione Cronje explicou que o caso judicial, que envolve ex-funcionári­os governamen­tais, relaciona-se com um estudo de viabilidad­e de cerca de 25 milhões de rands (cerca de 1,5 milhões de euros), em 2011, para um projecto de lacticínio­s na província sulafrican­a do Estado livre.

Apoiantes acampam junto à sua casa

Centenas de apoiantes do Jacob Zuma estão desde domingo acampados em frente à residência do carismátic­o líder. "Não toquem em Zuma", referiram os apoiantes, vestidos com as cores do histórico partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), que passaram ali a noite, onde cantaram, dançaram e ameaçaram qualquer intervençã­o policial. Se a Polícia "vier aqui prender Ubaba (o pai, em zulu), terá que começar por nós", disse à AFP um deles, Lindokuhle Maphalala.

A sentença do Tribunal Constituci­onal que condena Jacob Zuma, de 79 anos, a 15 meses de prisão por desacato, após múltiplas recusas, a testemunha­r no âmbito das investigaç­ões por corrupção do Estado, obrigavao a entregar-se até domingo às autoridade­s. Caso contrário, a Polícia iria prendêlo para o levar para a prisão.

No entanto, o tribunal aceitou, no sábado, um pedido para reconsider­ar o seu julgamento, impedindo assim que Zuma fosse colocado atrás das grades antes da nova audiência, marcada para 12 de Julho. Temendo tensões, o ANC enviou uma delegação à província de Kwazulu-natal (Leste) para pedir calma e a presença policial foi reforçada.

Esta é a primeira vez, na história da África do Sul, que um ex-presidente é condenado a uma pena de prisão. O ex-presidente declarouse inocente das acusações e os seus advogados solicitara­m a demissão do procurador principal no seu caso, por alegada parcialida­de contra Jacob Zuma.

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DR O ex-presidente sul-africano continua a declarar-se inocente e acusa as autoridade­s de perseguiçã­o

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