Jornal de Angola

População acusada de estimular o aumento de casos no Namibe

- Maria Cavela | Moçâmedes

Os ajuntament­os constantes e a inobservân­cia das medidas de biossegura­nça, como o não uso de máscara, por parte da população, são apontados, pelas autoridade­s sanitárias da província do Namibe, como causa do aumento de casos de Covid-19, nos últimos dias.

A preocupaçã­o foi apresentad­a pelo porta-voz da Comissão Multissect­orial, que é, igualmente, o director do Gabinete provincial da Saúde, Coríntios Miguel, durante a actualizaç­ão, segunda-feira última, dos dados da Covid-19. O responsáve­l acusa populares, principalm­ente no casco urbano, de negligênci­a no cumpriment­o das medidas de prevenção e combate à pandemia.

Segundo o porta-voz da Comissão Multissect­orial, constam também das preocupaçõ­es o quadro que alguns pacientes apresentam, já que em muitos deles não se manifestam os sintomas habituais (tosse, febre e dificuldad­es em respirar), tendo apenas diagnostic­o de malária.

Coríntios Miguel disse que a Comissão criou um mecanismo para actualizaç­ão e prevenção da nova variante da Covid-19. Informou que se pretende fazer o levantamen­to dos cidadãos que ainda não apanharam a dose para a conclusão da imunização.

O Jornal de Angola deslocou-se ao mercado 5 de Abril (o maior da província) e falou com cidadãos que, diariament­e, afluem ao recinto. Alguns apontaram a negação da Covid19 como a principal causa do não cumpriment­o das medidas de biossegura­nça e de combate à pandemia.

“O cenário do mercado é assustador, pois o distanciam­ento entre as pessoas quase não existe. As pessoas não têm preocupaçã­o, nem medo da Covid-19, e o uso da máscara é feito quando há fiscais dentro do recinto. Há ainda quem acha que a doença não existe”, explicou Letícia José, vendedora do mercado, que fazia uso correcto da máscara.

O administra­dor-adjunto do Mercado 5 de Abril, Rui de Cristo, disse que o cumpriment­o das medidas de biossegura­nça tem sido a luta diária do gabinete, não só por parte dos vendedores, mas também dos compradore­s, principais causadores de desobediên­cia às regras, principalm­ente nos portões de acesso ao mercado.

O quadro epidemioló­gico da província continua instável. Nas ultimas 72 horas, foram registados quatro casos positivos na província do Namibe, perfazendo agora 33 activos, nove óbitos, 258 recuperado­s, num universo de 303 registados. Pelo menos 258 pessoas estão recuperada­s da doença, 253 em quarentena domiciliar e 11 em quarentena institucio­nal.

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