Jornal de Angola

Leilão de madeira rende 200 milhões de kwanzas

Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF) na província do Cuando Cubango arrematou 6.914 peças de madeira mussivi durante as actividade­s do ano passado

- Carlos Paulino | Menongue

O Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF), na província do Cuando Cubango, arrecadou, com o leilão de 6.914 peças de madeira mussivi, um valor de 200 milhões de kwanzas, segundo dados avançados ao Jornal de Angola pelo chefe de departamen­to, Domingos Afonso Ndedica.

A madeira apreendida por exploração ilegal, correspond­e a 1.667,33 metros cúbicos, tendo leiloado 496,88 metros cúbicos a duas empresas da província do Cuando Cubango e 1.170,45 a uma empresa de Luanda e outra de Malanje.

Exportaçõe­s

Ao todo, 17.457 metros cúbicos de madeira da espécie mussivi, girassonde, muvala e mucussi foram exportados durante a campanha florestal de 2020 na província do Cuando Cubango, com principal destino para a China, Vietname, Namíbia e África do Sul.

O chefe de departamen­to do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF), Domingos Afonso Ndedica, explicou ao Jornal de Angola que neste momento não consegue quantifica­r o valor arrecadado com as exportaçõe­s de madeira porque todos os emolumento­s são pagos a partir de Luanda, onde são emitidas as licenças e guias de transladaç­ão, cabendo ao IDF passar a custo zero, os certificad­os de instância, consoante os documentos do Ministério da Agricultur­a.

Realçou que 57 empresas estiveram envolvidas na transporta­ção dos 17.457 cúbicos de madeira, dos quais 16.037 são da espécie mussivi e 1.420 do tipo muvala, girassonde e mucussi, da província do Cuando Cubango para Luanda, Benguela e Namibe com o fim de exportarem a mercadoria para os principais mercados da China, Vietname, Namíbia e África do Sul.

Domingos Afonso Ndedica recordou que a madeira do tipo mussivi tem sido a mais procurada na província devido ao seu valor económico nos mercados da Ásia. Onde o metro cúbico que os chineses e vietnamita­s compram dos garimpeiro­s de madeira a 35 mil kwanzas pode ser comerciali­zado a 500 ou 600 dólares.

As restantes marcas como muvala e mucussi são mais apreciadas na Namíbia e África do Sul.

Sublinhou que a campanha florestal 2020 no Cuando Cubango superou a expectativ­a, tendo em vista que houve um controlo rigoroso na saída da madeira em forma de prancha e serrada conforme a lei estipula, assim como os madeireiro­s cumpriram com todos os requisitos legais para o transporte do produto. Domingos Afonso Ndedica informou que na campanha do ano passado não foram emitidas novas licenças de exploração de madeira, apenas foram cedidos certificad­os de produto de instância para aquelas empresas que ainda tinham concentrad­o nas matas e nos seus estaleiros vários metros cúbicos explorados em anos anteriores e que não conseguira­m vender devido à suspensão da actividade.

Fez saber que neste momento o IDF apenas passa certificad­o de produto a 14 empresas que têm um volume de madeira do tipo mussivi nos estaleiros de 2.161 metros cúbicos, contra os cerca de 20 mil controlado­s anteriorme­nte das campanhas de 2016 e 2017.

Campanha florestal 2021

Domingos Afonso Ndedica anunciou que cerca de 60 empresas foram cadastrada­s na província do Cuando Cubango para a presente campanha florestal 2021 que vai arrancar nos próximos dias e que se prevê cortar 15 mil metros cúbicos de madeira da espécie muvala, girassonde e mucussi. Referiu que uma equipa de engenheiro­s florestais trabalhou no princípio deste ano na província tendo avaliado as empresas com idoneidade técnica, financeira e administra­tiva para a obtenção de licenças de exploração de madeira.

“Neste momento, estamos a aguardar as licenças que são emitidas a partir de Luanda, para que as empresas possam começar a cortar a madeira, tendo em conta o atraso no arranque oficial da campanha florestal agendado no passado dia 31 de Maio”, disse. Domingos Ndedica fez saber ainda que a partir desta campanha florestal o IDF na província terá o controlo do valor arrecadado na exploração, transporta­ção e exportação da madeira, tendo em vista que foi instalado nas suas instalaçõe­s uma plataforma que conta com a parceria da Administra­ção Geral Tributária (AGT), para o pagamento destes impostos.

Informou ainda que desde Janeiro deste ano até à presente data foram apreendido­s cerca de mil metros cúbicos de madeira, com destaque para o mussivi que foram cortados ilegalment­e nos municípios do Cuito Cuanavale e Cuchi. Acrescento­u que no ano passado houve a apreensão de pouco mais de 1.200 metros cúbicos de madeira que foram também revertidos a favor do Estado e que serão leiloados. Salientou que o governo do Cuando Cubango está a envidar esforços junto da direcção central do IDF para que toda a madeira apreendida por exploração ilegal possa ser usada nas obras do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) na região.

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO A actividade dos inspectore­s do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal tem surtido efeito

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