Jornal de Angola

ESTA SEMANA

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Força militar da SADC inicia operações em Moçambique

A força militar da Comunidade para o Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) iniciam as operações em Moçambique a partir do próximo dia 15, por um período de três meses, que pode ser alargado, dependendo da evolução da situação no terreno.

As reacções não se fizeram esperar: é uma boa notícia, mas peca por tardia e pelo facto de o assunto não ter sido discutido no Parlamento.

A informação vem inserida num comunicado enviado pelo secretaria­do da organizaçã­o ao Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que deverá partilhá-la com o Conselho de Segurança da organizaçã­o.

Segundo o comunicado, a missão tem como objectivo, “apoiar Moçambique no combate aos actos de terrorismo e à violência extremista, além de ajudar o país na restauraçã­o do Estado de Direito nas áreas afectadas da província de Cabo Delgado”.

A notícia foi bem recebida em Maputo, mas o analista Moisés Mabunda considera que “a missão da SADC vem tarde porque a situação em Cabo Delgado não está boa, faz já bastante tempo, os moçambican­os, sobretudo aqueles que sofrem na pele a situação de terrorismo, acham que este apoio devia ter acontecido há muito tempo”.

O porta-voz do Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM), Sande Carmona, questiona porque é que este assunto não foi discutido no Parlamento, realçando que os órgãos de soberania têm grandes responsabi­lidades quando se trata de questões que dizem respeito à presença de tropas estrangeir­as em território moçambican­o”.

Quem também se manifesta preocupado por o Parlamento moçambican­o não se ter pronunciad­o sobre a vinda da missão da SADC, é o Centro para a Democracia e Desenvolvi­mento (CDD), liderado por Adriano Nuvunga, “porque esta é uma questão sensível e não devia ter passado à margem da Assembleia da República”.

A Renamo, na voz do respectivo presidente, Ossufo Momade, “diz que o apoio da SADC é muito importante, porque as pessoas estão a morrer em Cabo Delgado, e não percebemos porque é que se levou muito tempo a tomar esta decisão”.

Entretanto, um contingent­e de mil membros da Força de Defesa do Rwanda (RDF) e da Polícia Nacional do mesmo país (RNP) chegaram à província moçambican­a de Cabo Delgado.

Kigali diz que esta ajuda a Moçambique surge na sequência da assinatura de vários acordos entre os dois países em 2018, e “está alicerçado no compromiss­o do Rwanda com a doutrina da Responsabi­lidade de Proteger (R2P) e com os Princípios de Kigali de 2015 para a Protecção de Civis”.

Filipe Nyusi confirma presença de tropas do Rwanda em Cabo Delgado a pedido do seu Governo.

Presidente confirma presença de rwandeses

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, confirmou, sexta-feira, em Mueda, em Cabo Delgado a chegada das forcas militares do Rwanda para ajudar no combate aos terrorista­s que atacam as populações e instituiçõ­es do Estado.

Numa parada com membros das Forças de Defesa e Segurança, Locais, Filipe Nyusi disse que a chegada de tropas rwandesas “foi coordenada com a países -membros da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC)” da qual Rwanda não faz parte.

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DR Presidente do Rwanda, Paul Kagamé, com homólogo moçambican­o

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