ANPG divulga interessados nas bacias do Congo e Kwanza
Prazo de recepção de candidaturas encerrou na sexta-feira (9) e hoje mesmo serão conhecidos os concorrentes na exploração em terra dos nove blocos petrolíferos com os quais se pretende aumentar a oferta local
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) dá a conhecer hoje, em Luanda, em acto público, o resultado do concurso internacional de atribuição de concessão de nove blocos petrolíferos, sendo três da Bacia Terrestre do Baixo Congo e seis na Bacia Terrestre do Kwanza, findo o prazo de recepção de candidaturas.
Conforme os objectivos traçados pela concessionária angolana dos hidrocarbonetos, estas concessões (nove blocos) visam travar o declínio da produção petrolífera e representam mais de 500 milhões de barris de petróleo.
Lançados em Abril, através das páginas de utilidade pública do Jornal de Angola, bem como no norte-americano “Wall Street Journal” e no portal electrónico da ANPG, são alvos de licitação os Blocos CON1, CON5 e CON6, da Bacia Terrestre do Baixo Congo, bem como KON5, KON6, KON8, KON9, KON17 e KON20, todos da Bacia Terrestre do Kwanza.
Potencial estimado
O director do Gabinete de Dados da ANPG, Sebastião Nunes, disse na apresentação, em Abril, que os blocos são licitados com base em informações de poços e sísmicas adquiridas em 2014, bem como em relatórios e estudos geológicos e sísmicos obtidos ao longo dos 40 anos em que permaneceram operacionais.
“Penso que, tratando-se de poços onshore, dentro de dois a três anos de exploração já será possível obter resultados, tanto de produção de hidrocarbonetos, como, também, resultados de geração de empregos directos e indirectos”, prevê Sebastião Nunes, notando que, ao contrário, em poços offshore que seriam necessários cinco anos.
O director do Gabinete de Dados da ANPG garantiu, na ocasião, que estão salvaguardados os aspectos ambientais e a segurança da população à volta das ba-cias, sublinhando que os estudos de acessibilidade são realizados para assegurar essas questões.
Naquela fase, anunciou em Abril, decorriam estudos regionais das bacias, para, na fase de exploração, serem identificados os prospectos e todas as questões relacionadas às populações.
Concessões previstas
Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que proferiu o discurso de abertura, disse que o Governo prevê, entre 2019 e 2025, a atribuição de mais de 50 concessões, visando inverter o quadro de declínio de produção e reservas de hidrocarbonetos que se verifica no país desde 2016.
Lembrou que o Governo lançou, em 2019, a Estratégia de Atribuição de Concessões 2019–2025, consciente da importância do petróleo e gás como recursos estratégicos e grandes contribuintes para o PIB, para as receitas fiscais e para a diversificação da economia do nosso país.
“Angola tem uma história robusta, de muito orgulho e de grande relevância na indústria petrolífera, tendo estado a evoluir neste sector ao longo de várias décadas, atingindo, nas últimas duas décadas, a posição de se-gundo maior produtor de petróleo na África Subsaariana”, destacou.
O evento deverá ocorrer numa das unidades hoteleiras da capital do país, na Baixa da cidade, e é aguardado com bastante interesse, uma vez tratar-se de um concurso que relança também as explorações de petróleo em terra, uma prática há muito abandonada pelo sector.