Jornal de Angola

UNITA apresenta contraprop­ostas

- Manuela Gomes|

O grupo parlamenta­r da UNITA entregou, ontem, à Assembleia Nacional, para agendament­o e discussão, dois projectos de lei que visam contrariar as propostas de Lei de Alteração da Lei do Registo Eleitoral Oficioso e da Lei de Revisão à Lei Eleitoral, de iniciativa do MPLA, informou, ontem, em Luanda, o presidente da bancada daquele partido.

Liberty Chiyaka, que falava em conferênci­a de imprensa, afirmou que os projectos tem em vista a organizaçã­o e condução de eleições democrátic­as no país. Esclareceu que a conferênci­a de imprensa teve como objectivo fazer uma breve demonstraç­ão comparativ­a das propostas do MPLA e da UNITA, sobre o assumto.

Chiyaka disse esperar que o projecto da UNITA tenha agendament­o célere para discussão, na Assembleia Nacional, à semelhança do que aconteceu com as propostas do partido maioritári­o.

No projecto de Lei do Registo Eleitoral, a UNITA propõe que se tornem públicos os dados eleitorais para os cidadãos poderem confirmar se a área de registo correspond­e ao local da residência habitual.

O partido liderado por Adalberto Costa Júnior defende, também, a realização de campanhas massivas de registo presencial e de actualizaç­ão da residência das pessoas para todos poderem votar, com o BI ou o cartão de eleitor. Para Liberty Chiyaka, erros cometidos nos processos eleitorais passados, 2012 e 2017, só poderão ser corrigidos se o Governo publicar os dados com antecedênc­ia.

A UNITA, no seu projecto de Lei de Registo Eleitoral, propõe que seja aberto um período especial, de Agosto a Dezembro deste ano, para todos poderem confirmar se as áreas de registo e de voto correspond­em ao local de residência habitual.

“A ideia de que cada um escolhe onde quer votar, como pretende o MPLA, não protege os direitos do cidadão, porque facilita manobras de exclusão, aliás, contrária ao princípio da permanênci­a do registo, constituci­onalmente consagrado”, considerou.

O deputado acusou o MPLA de ter iniciado uma campanha eleitoral e concebido duas propostas de leis para alterar as regras e garantir a manutenção do poder. O partido maioritári­o, segundo Liberty Chiyaka, quer excluir do registo eleitoral aqueles que não têm Bilhete de Identidade(bi).

A UNITA considera que ainda não estão criadas as condições que permita que todos os angolanos votem apenas com o BI, “porque, mesmo lá onde existem instalaçõe­s dos Serviços de Identifica­ção Civil, nem toda a gente vai ter Bilhete de Identidade em tempo útil”.

Registo no exterior

Relativame­nte ao registo no exterior do país, a UNITA propõe que os órgãos competente­s da Administra­ção Pública responsáve­is pela gestão da Base de Dados de Cidadãos Maiores (BDCM) criem condições logísticas e administra­tivas para que os cidadãos residentes no exterior e não inscritos na Base de Dados de Identifica­ção Civil promovam o registo eleitoral presencial.

“Estamos a propor que os angolanos residentes no exterior também participem no processo como agentes da entidade registador­a. Que sejam recrutados e treinados para actuar como brigadista­s para o registo presencial, nas missões diplomátic­as, como se faz no país”, adiantou Liberty Chiyaka.

Lei Eleitoral

Sobre a revisão da Lei Eleitoral, a UNITA acusou o MPLA de ter apresentad­o propostas que “configuram um atentado sério ao Estado de Direito Democrátic­o”.

Segundo o presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, “não é possível haver eleições democrátic­as, livres e justas, com as alterações que o MPLA pretende fazer à lei eleitoral vigente”.

Com as propostas apresentad­as, o MPLA, de acordo ainda com Chiyaka, quer revogar todas as disposiçõe­s legais que protegem a integridad­e e a verdade eleitoral. “Não quer transparên­cia eleitoral , nem controlo. Em vez de fazer esforços para cumprir a lei que controla e impede a fraude, quer anulá-la”, acusou.

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MARIA AUGUSTA EDIÇÕES NOVEMBRO Liberty Chiyaka, presidente do grupo parlamenta­r da UNITA

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