CARTAS DOS LEITORES
Vala do Soroca
Escrevo para falar sobre a conhecida vala do Soroca, o “corredor de drenagem” das águas que vêm da Estrada Ngola Kiluanje, ali junto à CIPAL, acompanham todo o percurso do caminho-de-ferro de Luanda até “desaguarem” no mar, ali junto ao Porto Pesqueiro. Creio que as entidades, que ergueram a referida vala de drenagem, a conceberam na perspectiva de que a mesma viria ter manutenção regular para a remoção de material não susceptível de chegar ao mar. Trapos de roupa, plásticos, materiais em madeira e betão, restos de mobília e latas, acabam arremessados para a vala e junto à Estrada de Cacuaco o canal que está debaixo da ponte, ali erguida para facilitar a circulação de veículos, está quase a ficar obstruído. É muita tralha que deve ser, urgentemente, removida sob pena da passagem das águas ficar seriamente comprometida. E este aviso afigura-se importante porque, daqui a meses, começam a cair as chuvas e a tendência de inundação das valas é uma possibilidade grande. Outra preocupação tem a ver com a necessidade de se remover os restos de trapos que se encontram “presos” junto do muro e gradeamento da vala, sobretudo ao lado da Estrada de Cacuaco. Quem usa a estrada que sai da rua Ngola
Kiluanje, ali na CIPAL para chegar até à Comarca Central de Luanda, vai deparar-se com um cenário pós sísmico ou ligado a um outro fenómeno natural qualquer junto ao muro da vala. Esteticamente, não está bem a presença de trapos ali pendurados e acho que quem de direito devia já organizar uma campanha de remoção dos restos de farrapos que ali se encontram. E finalmente, a estrada de que faço referência, aqui nesta carta, está em muito mau estado ao ponto dos automobilistas, em determinados troços da via, sentirem-se forçados a andar em contramão, na faixa contrária, por causa das condições de intransitabilidade. Não consigo perceber como é que se permite que determinados troços ou estradas inteiras sejam deixadas ao “Deus dará” por longos anos ou meses até que, finalmente, o grau de degradação chame a atenção de quem de direito. NLANDU KINAVUIDI Nguanhã
Estado das praias
Vivo no Palanca e, apesar de ser um bairro sem mar, sou uma pessoa muita ligada ao mar. E fico preocupado sempre que me faço ao mar para banhar, à praia para meditar e aos arredores para caminhar, ao constatar o mau estado destes espaços, um pouco pela costa de Luanda inteira. O estado das nossas praias, mesmo nesta altura em que as praias estão praticamente “encerradas”, parece o de locais frequentados e usados pelos banhistas. Apresentam, na sua generalidade, condições precárias com os amontoados de lixo, que deviam mobilizar as equipas de limpeza no sentido de campanhas de saneamento.
Não sei se as entidades de direito estão à espera que sejam levantadas as proibições para, só assim, começar-se a promover campanhas de limpeza. Acho que o período ideal para a realização de campanhas de limpeza devia ser agora. É urgente olharmos para as nossas praias e não apenas por causa da época banhista que pode retomar a qualquer momento, mas por razões de saneamento mesmo. Termino aqui o meu SOS praias de Luanda.
ALEXANDRE TATI
Palanca