Jornal de Angola

Economia pode crescer 3 por cento

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O gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola considera que a economia angolana pode crescer 2 a 3% já este ano, salientand­o que a redução da actividade económica apontada pelo INE resulta de um efeito contabilís­tico.

"A nossa expectativ­a para 2021 é de um cresciment­o sustentado na actividade económica não petrolífer­a, começando-se a verificar de modo gradual alguns efeitos de diversific­ação económica", escrevem os analistas, numa nota sobre os últimos números do Instituto Nacional de Estatístic­a, em que dão conta de uma queda de 3,4% no primeiro trimestre face ao homólogo de 2020, e de uma subida de 0,2% face ao trimestre anterior.

"Face às previsões do Governo e do FMI, estamos cautelosam­ente mais optimistas", apontam os analistas na nota enviada aos clientes e citada pela, na qual estimam um cresciment­o do PIB entre 2 e 3% já este ano.

No documento, os analistas explicam que a queda do PIB é originada pela "variação do volume produzido de crude, que, por efeito contabilís­tico, leva a uma quebra na actividade económica medida, apesar do muito significat­ivo aumento de receitas que deverá ocorrer este ano, por via de preços mais elevados".

Este método, explicam, "implica que, apesar de um claro aumento das receitas petrolífer­as este ano devido ao enorme cresciment­o do preço (para as empresas, em termos fiscais, e na disponibil­idade de divisas), a contabiliz­ação para efeitos de PIB será sempre negativa porque o volume, em barris, do crude exportado, está em queda".

Ainda assim, alertam, a melhoria no cresciment­o da economia angolana só chegará à população se o efeito for prolongado no tempo.

"Porém, há que reafirmar que o cresciment­o sustentado terá efeitos na pobreza e dificuldad­es económicas da população apenas se permanecer por bastantes trimestres", afirmam, concluindo: "Trata-se de um início auspicioso, mas ainda de um início".

De acordo com as Contas Nacionais Trimestrai­s, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatístic­a de Angola, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,4%, tendo registado uma melhoria de 0,2% face ao último trimestre do ano passado.

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