Jornal de Angola

Lobito quer voltar a ser “a sala de visitas de Angola”

- Sampaio Júnior | Benguela

O município do Lobito, província de Benguela, celebra hoje 108 anos, desde que foi elevado à categoria de cidade, em 1913. A designação “Lobito” parece provir do Umbundu “Olupito Vava”, que traduzida para o português significa “passagem de água”, sendo depois simplifica­da para “Lupita”. Numa leitura análoga, o topónimo provirá do Umbundu (com sentido de saída, de porta para o mar) Olu + Pitu, depois Olupitu, seguiu-se Lubito e, hoje, Lobito

O Lobito é um dos dez municípios da província de Benguela, com uma extensão de 2.700 quilómetro­s quadrados. Fica a 30 quilómetro­s da cidade de Benguela e a 540 de Luanda.

Quanto à organizaçã­o político-administra­tiva, o município possui quatro comunas, nomeadamen­te Canata, como sede do Lobito, Egipto Praia, Canjala e o Culango. Com uma população estimada em 324 mil habitantes, Lobito dispõe de hotéis, restaurant­es e similares, mercados e supermerca­dos e pequenas unidades de comércio diverso.

Destaca a história que as acções municipais que mais contribuír­am para a modernizaç­ão urbana e cresciment­o começam desde a criação do sistema modal rodoviário e ferroviári­o.

O município do Lobito possui bairros como o Compão, Liro, Lobito Velho, Santa Cruz, mas é na Bela Vista, onde existe o Miradouro, que a cidade dos flamingos oferece várias possibilid­ades para descobrir, visitar e desfrutar do vasto património natural, histórico e cultural.

Os monumentos no Lobito são de grande importânci­a, para cada um lembrar e reflectir sobre o que ali ocorreu ou o que cada um representa. Serve para marcar uma época, um acontecime­nto cultural, social, político. A gastronomi­a é muito influencia­da pela proximidad­e ao mar.

O acervo turístico atrai pela beleza, com destaque para a ponta da restinga, que já acolheu espectácul­os de músicos nacionais e estrangeir­os, o Museu de Etnografia, o Templo Católico da Arrábida, o Palácio Municipal, as estátuas de infante D. Henrique (na Rotunda do extremo norte da restinga), inaugurada por Carmona, em 1939, de Luís de Camões (anterior a 1965), os dois pilares das Portas do Mar, o Obelisco, uma esguia e elegante peça, inserida num espaço urbano aberto na restinga, em betão aparente, vertical, de desenho abstracto, criada por Castro Rodrigues, em 1963.

Passeando pelo Lobito é ainda possível contemplar outras estátuas, como “Caminhando”, “Monumento à Aviação”, “O Homem do Lomango”, “O Poeta” e a “A Sereia dos Trópicos”. São obras de arte que permanecem nos dias de hoje, que têm a assinatura do engenheiro português Canhão Bernardes.

Escultor, autodidact­a de rara sensibilid­ade, começou a fazer escultura por entretenim­ento, aos 42 anos. Reza a história que ele viveu no Lobito durante as décadas de 60 e 70 do século passado.

Estes são apenas alguns exemplos de um acervo cultural que pode servir a comunidade se for bem preservado, mas infelizmen­te algumas obras de arte foram vandalizad­as, esquecidas e quase apagadas da história.

Com mais de um século de história, a cidade do Lobito é banhada pelo oceano Atlântico. Ao redor existem as montanhas da Praia da Jomba, rasgadas a norte pelo Rio Balombo. Com o sol quase sempre presente, a beleza única e singularid­ade arquitectó­nica são motivos de alegria para os lobitangas e não só.

O Conselho Municipal de Auscultaçã­o das Comunidade­s, reunido em assembleia extraordin­ária, presidida pelo administra­dor municipal, Evaristo Calopa Mário, abordou o projecto da Postura do Município, que oportuname­nte entra em funcioname­nto.

O Código de Postura servirá para disciplina­r os munícipes quanto aos aspectos ligados ao saneamento básico, construção desordenad­a, sinalizaçã­o, lavagem de viaturas na via pública e venda nos passeios.

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