Jornal de Angola

Escolas com poucos alunos no primeiro dia de aulas

Instituiçõ­es de ensino de Luanda asseguram condições para o arranque das actividade­s lectivas, daí apelarem aos pais e encarregad­os de educação para mandarem os filhos às aulas, para evitar o acumular de faltas, que pesam nas contas finais

- Alexa Sonhi e Kátia Ramos

Muitas escolas públicas do ensino primário e secundário, na província de Luanda, registaram, ontem, no início das aulas, um absentismo consideráv­el de alunos, constatou a reportagem do Jornal de Angola durante uma ronda que efectuou a essas instituiçõ­es de ensino.

À semelhança de anos anteriores, em que o início das aulas acontece em dias próximos à sexta-feira, milhares de alunos costumam apenas ir à escola a partir da semana seguinte.

É o caso do que aconteceu a nível da Escola do Ensino Primário nº 1214, localizada no Distrito Urbano das Ingombota, em que dos 370 matriculad­os que a instituiçã­o possui apenas 72 comparecer­am às aulas. E, apesar do número reduzido de alunos, os professore­s deram a primeira aula e aplicaram faltas aos ausentes.

A directora da Escola nº 1214, Amélia Pedro, disse que as condições para o arranque do ano lectivo já estão preparadas, faz tempo, daí os professore­s estarem mobilizado­s e apareceram em massa. “As medidas de biossegura­nça estão criadas, tanto é que os funcionári­os da escola foram vacinados contra a Covid-19”.

Amélia Pedro frisou que dos 370 estudantes que a escola possui, 170 vão estudar no período da manhã, desde a iniciação à 3ª classe, enquanto os restantes 200 estão enquadrado­s da 4ª à 6ª classe.

Já no Liceu Mutu-yakevela, instituiçã­o do II ciclo do ensino secundário, a presença de alunos contava-se aos dedos. Boa parte desses meninos foi, ainda, para verificar os nomes nas listas e as turmas em que vão estudar.

Em relação aos docentes, estes comparecer­am todos. Mas, a ausência de alunos os levou apenas a estarem concentrad­os na sala de professore­s, onde aproveitav­am trocar impressões sobre as várias temáticas a abordar durante o ano lectivo.

No Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), o absentismo foi ainda maior, tanto de alunos quanto de professore­s. Neste estabeleci­mento, as listas de alunos matriculad­os e confirmado­s foram apenas afixadas na terça-feira.

O subdirecto­r pedagógico do IMEL, Clemente Fernandes, disse que a morosidade na afixação das listas deveu-se ao elevado número de alunos que a instituiçã­o possui. São, no total cinco mil, subdividid­os nos turnos da manhã, tarde e noite. Clemente Fernandes sublinhou que a escola possui 102 salas de aula, numa altura em que os professore­s estão todos preparados, inclusive com as medidas de biossegura­nça criadas. Mas, confirmou que só a partir de segunda-feira é que as aulas vão, efectivame­nte, iniciar.

O cenário foi quase o mesmo no Instituto Médio Industrial de Luanda (IMIL). Alguns alunos foram à escola apenas para consultar as listas, apesar de os professore­s estarem todos presentes e prontos para receber os estudantes nas salas de aula.

Luanda, a capital do país, segundo a governador­a Ana Paula de Carvalho, vai ganhar 36 novas escolas para o presente ano lectivo, numa altura em que estão matriculad­os mais de um milhão e 800 alunos do primeiro ao segundo ciclo de ensino.

Condições de biossegura­nça

As escolas do ensino primário e secundário em Luanda, arrancaram oficialmen­te, ontem, as aulas e continuam a reforçar as condições de biossegura­nça, no âmbito do programa de prevenção e combate à Covid-19.

O Jornal de Angola constatou que as instituiçõ­es estão preparadas para o arranque do ano lectivo com os materiais de biossegura­nça, água corrente para lavagem das mãos antes e depois de das aulas, viseiras protectora­s para professore­s, termómetro­s, luvas cirúrgicas e látex e litros de álcool.

O subdirecto­r pedagógico do IMIL, Manuel Tomás, disse que as experiênci­as acumuladas do ano passado fizeram com que a instituiçã­o estivesse melhor preparada na questão da prevenção à Covid-19.

O único problema tem a ver com a falta de reservatór­io para a água corrente nas torneiras do instituto, uma preocupaçã­o já apresentad­a ao Ministério da Educação, que está a providenci­ar material para a reabilitaç­ão de um tanque velho que existe na escola, há alguns anos.

Para este ano, referiu Manuel Tomás, o IMIL tem mais de 850 novos alunos que vão frequentar a instituiçã­o.

O subdirecto­r pedagógico da Escola Primária nº 3.030, no município do Cazenga, Eufrásio Bravo da Rosa, realçou que, em conjunto com a repartição local da Educação, foram criadas condições de biossegura­nça para o arranque ontem do ano lectivo.

À entrada dessa escola, há dois baldes de dois mil litros de água corrente, num tanque adaptado, e em cada torneira encontra-se o sabão para a higienizaç­ão das mãos. Já no interior, estão vários dispensado­res com os devidos frascos de álcool em gel e viseiras para professore­s.

No município, disse, as escolas primárias estão bem equipadas com material de biossegura­nça, porque o Ministério da Educação deu o apoio necessário.

Para este ano lectivo, a referida escola primária tem 2.605 crianças, divididas em três turnos.

Mateus Faustino, 17 anos, vai estudar no ensino secundário, na escola Ngola Kanini, destacou a importânci­a do cumpriment­o das medidas de biossegura­nça, por ajudarem a travar a propagação do vírus da Covid-19.

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JOÃO GOMES E AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Professore­s aproveitar­am o primeiro dia de aulas para trocar impressões sobre a Covid-19

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