Conflito em Tigray destruiu 7 mil escolas
O conflito na região etíope de Tigray deixou mais de sete mil escolas destruídas e cerca de 1,42 milhões de alunos não poderão ter aulas naquela região e em Amhara e Afar, anunciou, ontem, o ministro da Educação, citado pela Ele.
A Etiópia tem estado envolvida numa guerra, desde Novembro, quando o Primeiro-ministro, Abiy Ahmed, enviou o Exército para a região de Tigray com o objectivo e retirar do poder os dissidentes da Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), embora tenha dito que a intervenção militar foi em resposta a ataques a campos militares do país orquestrados pela FPLT.
O Prémio Nobel da Paz de 2019 tinha prometido uma vitória rápida, mas o conflito durou até ao final de Junho. As forças PRÓ-FPLT tinham recuperado o controlo da maior parte da região, continuando depois a sua ofensiva para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.
“Como resultado da guerra fútil da FPLT no Norte da Etiópia, nas regiões de Tigray, Afar e Amhara, mais de sete mil escolas foram totalmente danificadas”, disse no Twitter o ministro da Educação da Etiópia, Getahun Mekuria. “Mais de 1,42 milhões de estudantes já foram retirados da escola (em Tigray) ou serão (em Afar, Amhara)”, acrescentou, descrevendo a situação como “muito triste”.
A propagação do conflito agravou a crise humanitária. Várias agências e ONG lamentam as dificuldades de acesso às pessoas. Na semana passada, a agência humanitária da ONU (OCHA) disse que os comboios de ajuda ao Tigray tinham praticamente parado desde 20 de Agosto e a região tem 400 mil pessoas a viverem em condições de fome. “As reservas de ajuda alimentar foram esgotadas e novas distribuições de alimentos pararam, excepto em áreas onde os fornecimentos já estavam a caminho”, afirmou a OCHA, numa nota.
As autoridades federais e os rebeldes do Tigray culpam-se mutuamente pela situação, acusando-se de bloquearem o acesso à região e de mergulharem a população na fome.