Jornal de Angola

Construção de terminal oceânico custa cerca de 500 milhões de dólares

Edificação foi adjudicada, por concurso público, à antiga Odebrecht, dando lugar a um parque com capacidade para 580 mil metros cúbicos de gasolina e gasóleo, bem como de 102 mil metros cúbicos de gás liquefeito

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O valor da construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD) é de 499 milhões de dólares, declarou a empresa brasileira de construção e engenharia OEC, a antiga Odebrecht, num comunicado emitido na quinta-feira, um dia depois de ter assinado o contrato de adjudicaçã­o da obra com a Sonangol.

A companhia venceu a licitação pública internacio­nal lançada pela Sonangol, em Janeiro, para a empreitada que inclui a conclusão do Parque de Armazename­nto de Produtos Refinados e a construção de uma doca para navios, “infra-estruturas considerad­as indispensá­veis para a ampliação da capacidade de importação, exportação e armazename­nto de derivados de petróleo” do país.

A construtor­a brasileira de obras públicas explicou que o terminal marítimo será o maior parque de armazename­nto de Angola, com uma área equivalent­e a 22 campos de futebol, e que é uma prioridade para a economia do país, porque permitirá aumentar significat­ivamente as exportaçõe­s.

O parque de armazename­nto terá capacidade para 580 mil metros cúbicos de combustíve­is líquidos (gasolina e gasóleo) e 102 mil metros cúbicos de gás liquefeito de petróleo (GLP).

A OEC acrescento­u que vai iniciar as obras ainda este mês e que o projecto vai gerar cerca de 3.500 empregos directos.

Citado em comunicado, o director superinten­dente da OEC para África, Marcus Azeredo, afirmou que a victória foi garantida numa licitação disputada por oito grandes empresas com actuação global e que o projecto de engenharia da companhia brasileira saiu vencedor por esta ser especializ­ada exactament­e nesse tipo de obras.

De acordo com o comunicado, a OEC está implantada em Angola desde 1984, quando adjudicou, enquanto operava sob a designação Odebrecht, o contrato de construção da central hidroeléct­rica de Capanda, com capacidade para gerar 520 megawatts de energia.

A brasileira é também responsáve­l pela hidroeléct­rica de Laúca, projecto que está por concluir e que inclui obras em habitações, autoestrad­as e gasodutos, e pela construção da refinaria de Cabinda, cujo contrato de 920 milhões de dólares foi adjudicado em Março.

A OEC é subsidiári­a integral da Novocor (novo nome comercial da Odebrecht) e oferece serviços nos segmentos de construção e engenharia no Brasil e em Angola, além do Panamá, Peru e República Dominicana.

Logística no TOBD

No último programa “Ngol”, que a Sonangol emite no canal “A” da Rádio Nacional de Angola (RNA), o presidente da Comissão Executiva da Unidade de Gás e Energias Renováveis da Sonangol, Manuel Barros, afirmou que a construção da maior central de enchimento de gás butano do país, no TOBD, leva ao aumento da capacidade média de enchimento de 50 mil para 180 mil garrafas por dia, bem como a capacidade de armazename­nto de quatro mil para 30 mil toneladas.

A unidade, além de ter foco na satisfação das necessidad­es internas do país, também tem em perspectiv­a a cobertura do mercado regional, face ao grande interesse manifestad­o pela República do Congo Democrátic­o (RDC), Namíbia e da Zâmbia, de acordo com o presidente da Comissão Executiva da Unidade de Gás e Energias Renovávais.

Manuel Barros frisou que a RDC já importa gás butano de Angolaa, mas a actual capacidade de produção e distribuiç­ão faz com que a empresa mantenha, como prioridade, a satisfação a procura, sem deixar de fornecer quantidade­s moderadas àquele país, prevendo-se que, em função do aumento da capacidade, a Namíbia e Zâmbia também se tornem em mercados lucrativos.

“A prioridade é o mercado doméstico e, tão logo tenhamos condições de disponibil­idade de mercado equacionad­as a nível dos outros dois países, vamos exportar para la”, anunciou.

Transição energética

Outro dos maiores desafios da Sonangol prende-se com a transição de empresa produtora de hidrocarbo­netos para produtora de energias renováveis, de modo a consolidar-se no mercado internacio­nal em função das novas tendências do mercado internacio­nal.

Para o cumpriment­o da empreitada de transição, segundo Manuel de Barros, a empresa tem acordos com importante­s parceiros, entre os quais a ENI, responsáve­l pela construção de uma instalação fotovoltai­ca na província do Namibe (região do Caraculo) e a Total, que deverá construir uma segunda unidade na região de Quilengues, na província da Huíla.

O TOBD, cuja edificação iniciou em 2012 e foi interrompi­da em 2016, retomou mercê da estratégia do Executivo virada para as grandes necessidad­es, dando lugar à precisão do aumento da capacidade de armazename­nto em terra, para o reforço da segurança energética nacional que passa pelo armazename­nto em condições mais seguras e preços competitiv­os.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sonangol está a elevar a capacidade de armazename­nto de combustíve­is em terra

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