OMS vigia nova variante, a Mu
Cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão a monitorizar uma nova variante do SARS-COV-2, baptizada de “Mu”, identificada pela primeira vez em Janeiro na Colômbia, informou o organismo.
A variante denominada B.1.621, de acordo com a nomenclatura científica, continua classificada como uma “variante de interesse”, indicou a OMS no seu boletim epidemiológico semanal sobre a evolução da pandemia, publicado na noite de terça-feira.
A variante tem mutações que podem indicar resistência às vacinas, mas são necessários mais estudos para perceber melhor as suas características, explicou a OMS.
“A variante Mu tem uma constelação de mutações”, que indicam propriedades potenciais para “escapar à imunidade”, refere o relatório da OMS, citado pela agência de notícias AFP.
Todos os vírus, incluindo o SARS-COV-2, que causa a Covid-19, sofrem mutações com o tempo e a maioria delas tem pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. No entanto, algumas mutações podem afectar as propriedades do vírus e influenciar, por exemplo, a sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia de vacinas, medicamentos ou outras medidas para combatê-la.
O surgimento, em 2020, de variantes que apresentavam risco agravado à saúde pública a nível mundial levou a OMS a caracterizá-las como “de interesse” ou “preocupantes”, com o objectivo de priorizar as actividades de vigilância e pesquisa global.
Tem 39% de prevalência
A OMS adoptou as letras do alfabeto grego para nomear as variantes e assim facilitar a sua identificação para o público em geral e evitar a estigmatização associada ao país de origem.
Quatro das variantes foram classificadas pela OMS como “preocupantes”, incluindo a Alfa, presente em 193 países, e a Delta, que está em 170 países - em Portugal tem uma prevalência de 100% -, enquanto outras cinco foram classificadas como “de interesse”, como a Mu.
A variante Mu foi detectada pela primeira vez na Colômbia, no passado mês de Janeiro, e, desde então, foi identificada em outros países da América do Sul e na Europa.
“Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído e actualmente seja inferior a 0,1%, a sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) aumentou constantemente”, observou a OMS.
A Organização Mundial da Saúde reforçou que a “epidemiologia da variante Mu na América do Sul,” nomeadamente em circulação ao mesmo tempo que a variante Delta, “será monitorizada” para que seja possível detectar eventuais alterações.