Jornal de Angola

Amigo do filho de Guebuza diz ter recebido 8,5 milhões

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Bruno Langa, amigo de Ndambi Guebuza, filho do antigo Presidente moçambican­o Armando Guebuza, admitiu, quinta-feira, em tribunal, ter recebido 8,5 milhões de dólares da Privinvest, empresa acusada de pagamento de subornos alimentado­s pelas dívidas ocultas.

Segundo a Lusa, Langa respondia ao interrogat­ório do juiz da causa no processo das dívidas ocultas que está em julgamento na cadeia de máxima segurança de Maputo, vulgo BO, em tendas adequadas à dimensão do caso.

“O pagamento é a prova do trabalho que eu fiz para a Privinvest. Não se dá dinheiro sem trabalhar”, declarou o arguido. A resposta irritou o juiz, Efigénio Baptista, que explicou ao arguido que é possível dar dinheiro a quem não trabalhou, quando se trate de “doação” ou “esmola”.

Bruno Langa, 44 anos, disse ao tribunal que o dinheiro que recebeu era do trabalho de consultori­a em hotelaria e imobiliári­a que prestou à Privinvest, no âmbito de um contrato que diz ter assinado em Janeiro de 2012, em Abu Dhabi, sede da Privinvest. Em Abu Dhabi, o arguido encontrou-se com o negociador da Privinvest, Jean Boustani, acusado pelo Ministério Público moçambican­o de ter sido o responsáve­l pelo pagamento dos subornos das dívidas ocultas.langa confirmou que o valor foi depositado em 23 de Março de 2013, numa conta que abriu com a ajuda da Privinvest, em Abu Dhabi. Confrontad­o pelo juiz com o facto de no contrato que assinou com aquela empresa ter sido identifica­do como mecânico de máquinas a diesel, enquanto afirmou perante o tribunal que prestou consultori­a em hotelaria e imobiliári­a, Bruno Langa responsabi­lizou a Privinvest por essa situação.

Na confirmaçã­o dos dados constantes dos autos, Langa disse em tribunal que é comerciant­e de vários bens e serviços. O arguido admitiu ser amigo de Ndambi Guebuza desde os tempos de escola primária, tendo fortalecid­o a amizade no secundário e em colégios onde estudaram na África do Sul.

Continuara­m amigos na juventude, tendo sido parceiros em negócios, que se cimentaram numa empresa de venda de mobiliário de escritório com sede na cidade de Maputo.

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DR Bruno Langa rejeita responder questões do Ministério Público

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