Jornal de Angola

Candidatos apelam ao voto

Carlos Vila Nova, apoiado pelo ADI, e Guilherme Posser da Costa, do MLSTP-PSD, percorream os arredores da capital

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Os dois candidatos à segunda volta das eleições presidenci­ais de São Tomé e Príncipe compararam, ontem, a votação de amanhã a um jogo de uma final de futebol e pediram votos para poderem “levantar a taça“.

“Ainda estamos zero a zero. Domingo é a final e quem ganha a final é que levanta a taça”, afirmou, em cima de um palco improvisad­o em cima de uma carrinha, Carlos Vila Nova, candidato apoiado pela Acção Democrátic­a Independen­te (ADI).

Vila Nova falava em Pantufo, numa praça junto ao mar, nos arredores da capital são-tomense, um de vários pontos de passagem da sua caravana na recta de campanha. “Esta taça é nossa porque é a vontade do povo. O povo é que escolhe, não é o gabinete que escolhe o próximo Presidente”, disse, perante dezenas de populares.

Vila Nova apelou aos seus apoiantes para se “levantarem e irem votar cedo” e advertiu: “Cuidado com as manobras, cuidado com a mentira. Eles estão com medo e por isso começam a inventar mentiras”. Pedindo o voto “no um”, numa alusão ao primeiro lugar em que aparece no boletim de voto, deixou outro recado: “Come tudo, come do dois, come do Governo. Vota no um”.

Vila Nova referia-se a dinheiro ou bens que os candidatos e partidos tradiciona­lmente oferecem nas campanhas eleitorais em troca de votos, num fenómeno conhecido como ‘banho’.

Na roça Monte Café, centro-norte da ilha de São Tomé, a cerca de 15 quilómetro­s da capital, o candidato apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), Guilherme Posser da Costa, agradeceu os votos dos apoiantes na primeira volta, a 18 de Julho: “Graças aos vossos votos, eu vou para essa final. Vão deixar-me a meio do caminho? Não vão levar-me até lá, no Palácio do Povo?”.

“Aquela cadeira” no Palácio do Povo – sede da Presidênci­a são-tomense -, continuou, “é uma cadeira emprestada, porque pertence ao povo”.

Ladeado por Carlos Neves (coligação UDD/MDFM, um dos parceiros do MLSTP na chamada ‘nova maioria’ que suporta o Governo de Jorge Bom Jesus), Posser da Costa enumerou os apoios que recebeu na segunda volta, nomeadamen­te de outros candidatos do seu partido que também avançaram na primeira volta. “Porque é que tanta gente se juntou a mim? Porque no outro lado está um grande risco. Ele já está pronto para vir. Ele pôs alguém para abrir portas”, comentou.

Sem nunca identifica­r o antigo Primeiro-ministro e líder da ADI, Patrice Trovoada, que se ausentou do país após ter falhado a formação de um Governo depois das eleições de 2018, Posser da Costa dava a entender que a eventual eleição de Vila Nova significar­á um regresso do antigo Chefe do Governo, quando falta cerca de um ano para as próximas eleições legislativ­as.

“Vamos deixar? Queremos voltar para trás?”, perguntou, depois de criticar a mudança da hora e a presença de tropas ruandesas no Parlamento são-tomense, dois acontecime­ntos que marcaram o mandato de Patrice Trovoada.

A segunda volta das presidenci­ais são-tomenses decorre amanhã, depois de um contencios­o judicial que atrasou o processo em quase um mês. Na primeira volta, realizada a 18 de Julho, Vila Nova foi o vencedor, com 43,3 por cento dos votos, enquanto Posser da Costa teve 20,7.

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DR São-tomenses voltam às urnas para escolher o sucessor do Presidente Evaristo Carvalho

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