Chegar, orar e regressar
Dois indivíduos, acusados de se fazerem passar por funcionários da Inspecção Geral do Trabalho (IGT), provenientes da cidade do Huambo, foram detidos ontem, na província de Benguela, revelou a delegada desta última localidade da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE).
Josefina Calembe salientou que a detenção dos acusados deu-se graças a uma denúncia anónima, tendo em conta que alguns cidadãos desconfiavam da situação da legalidade da actividade dos dois, junto de centros comerciais, onde cobravam apenas dinheiro aos seus funcionários.
A delegada provincial da IGAE explicou, para conseguir os seus intentos, os indivíduos usavam passes falsos de identificação, alegavam estar mandatados pela direcção geral da IGT e cobravam 600 kwanzas por cada trabalhador das firmas comerciais.
Durante a detenção, os acusados alegaram que os valores extorquidos serviriam para catalogar os trabalhadores na base central da IGT, no sentido destes beneficiarem de certos direitos, entre os quais legitimidade para exercerem actividades em qualquer superfície comercial.
Para melhor ludibriar as vítimas, os dois indivíduos usavam fato, gravata e pasta do tipo “diplomática”, onde transportavam um conjunto de documentos, ainda não especificados, e outros objectos administrativos.
A responsável da IGAE anunciou que, depois da detenção, decorre já a instrução do processo judicial, que vai ser entregue ao Ministério Público.
Algumas testemunhas, que vivenciaram o caso, alegam que os indivíduos actuavam, por norma, das 9h às 12 horas, de segunda a sábado, com destaque para os locais de venda de bens alimentares. Os seus principais alvos eram comerciantes grossistas de nacionalidade eritreia, chinesa e libanesa.