Dois caldistas de primeira linha
Sem a pretensão de nepotismo ou de puxar o saco à família Bequengue, recorremos aos profissionais Carlos Bequengue, jornalista da Rádio Nacional de Angola, considerado pelos colegas como um dos mais metódicos na organização administrativa do Caldo do Poeira, e António Bequengue, editor de Cultura do Jornal de Angola, para de forma resumida falarem do projecto.
Carlos Bequengue
“O “Caldo do Poeira” era uma edição ao vivo do programa “Poeira no Quintal”, que acontecia no último domingo de cada mês. O objectivo era homenagear uma figura ou grupo musical que havia se destacado na promoção ou divulgação da música angolana nos tempos idos. Surgiu em Agosto de 2001, portanto há 20 anos, com homenagem a título póstumo ao músico Urbano de Castro. Neste ano tivemos mais duas edições: “Caldo da Independência” e “Caldo da Família”. Para além do convívio que o Caldo proporcionava, permitia também a recolha de informação e outros depoimentos sobre a história da música angolana contemporânea, bem como os seus protagonistas. Esta recolha era feita através de entrevistas a convidados ao longo do programa e depoimentos prestados espontaneamente por indivíduos que acompanharam de perto o movimento musical angolano. O impacto cultural baseava-se numa estratégia da Rádio Nacional de Angola, como prestadora de serviços públicos de radiodifusão, no sentido de promover e valorizar a cultura angolana expressa, neste caso, na arte musical”.
Carlos Bequengue agradeceu à Força Aérea Nacional pelo contributo prestado ao projecto e à Banda Movimento pelo suporte instrumental em grande parte das edições. O jornalista lembrou também os contributos de
Estevão Costa, do Centro Recreativo e Cultural Kilamba, Ernesto Muangalia, Paixão Júnior, Boavida Neto, Amaro Taty, Cândida Narciso, Aníbal Rocha, Isalino Mendes, Mário Benedito, Virgílio Tchoia, Manuel Sebastião, João Miguel das Chagas e toda a equipa de produção liderada por Amílcar Xavier e Sebastião Lino, sem esquecer o antigo director-geral da RNA Manuel Rabelais.
António Bequengue
“Foi uma experiência muito boa ter feito a cobertura da maior parte das edições do “Caldo do Poeira”. Fiz a cobertura da primeira edição do projecto no refeitório da RNA. Com este projecto de divulgação da música popular angolana estive, além das várias edições em Luanda, também nas províncias de Cabinda, Namibe e Huíla. A minha aproximação ao “Caldo do Poeira” ocorreu porque na altura colaborava na Rádio”.