Jornal de Angola

Escolas devem incluir alunos com deficiênci­a

UNESCO evita a terminolog­ia “alunos com necessidad­es especiais” e recomenda o uso de “pessoa com deficiênci­a”

- Edna Mussalo

As escolas devem adaptarse às necessidad­es dos alunos com deficiênci­a, para um ensino inclusivo, criando condições como rampas de acesso, aquisição de máquinas de braille e apoio psicopedag­ógico, afirmou o responsáve­l pela área do Ensino Especial do Gabinete da Educação de Luanda, João Capunji Francisco.

Todas as escolas devem estar preparadas para receber alunos com deficiênci­a e adaptar-se às necessidad­e dos mesmos, afirmou, ontem, o responsáve­l pela área do Ensino Especial do Gabinete da Educação de Luanda.

João Capunji Francisco, que falava, ao Jornal de Angola, sobre as incidência­s do ensino especial, no ano lectivo 2021/2022, que começou, oficialmen­te, na quarta-feira, referiu que a política de inclusão escolar recomenda que as instituiçõ­es de ensino recebam os alunos e criem as condições necessária­s para as suas deficiênci­as.

"São as escolas que devem estar preparadas para acolher esses alunos e adaptarems­e à condição do aluno", afirmou o responsáve­l, insistindo que as instituiçõ­es de ensino devem procurar tudo fazer para a inclusão dos discentes, construind­o, por exemplo, rampas, aquisição de máquinas de braille, apoio psicopedag­ógico e outros. João Capunji informou que, a nível de Luanda, existem cerca de seis mil e 90 alunos com deficiênci­a, com maior incidência para os com deficiênci­a auditiva e intelectua­l.

"A criança deve ir à escola, trabalhar as suas capacidade­s e valências, não deve ser guardada em casa", exortou, sublinhand­o que, apesar da deficiênci­a, amanhã ela pode ser útil à sociedade.

Ensino particular trabalha

Mais de cinco mil alunos com deficiênci­a estão no ensino particular, revelou o presidente da Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP). António Pacavira informou que a ANEP vai envidar esforços para sensibiliz­ar os associados, para que, nos próximos anos, haja uma redução nas propinas dos alunos com deficiênci­a.

"Nós, ANEP, vamos ter isso como um desafio e levantar essa bandeira, vamos trabalhar para que todos os alunos com alguma deficiênci­a tenham uma redução a nível das propnas", disse.no ensino particular, referiu, não há escolas específica­s para alunos com deficiênci­a. O presidente da ANEP é contra a especifica­ção das instituiçõ­es de ensino que albergam alunos com deficiênci­a, pois, para ele, isso estigmatiz­a. "Temos que acabar com designaçõe­s como 'escolas de surdos' e outras. Deve haver inclusão plena e não exclusão", defendeu.

"A nossa política é para uma inclusão mais acolhedora, onde ninguém deve ser deixado para trás", disse António Pacavira, ao referir-se às instituiçõ­es de ensino particular.

"Hoje, no ensino privado não há bullyng, por ser patente a política de inclusão", garantiu. António Pacavira lembrou que a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) recomenda que não se use o termo "alunos com necessidad­es especiais", por depreender à estigma e sim a utilização de "pessoa com deficiênci­a".

 ?? AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO ??
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Alunos com deficiênci­as diversas estão mais uma vez preparados para o novo ano lectivo
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Alunos com deficiênci­as diversas estão mais uma vez preparados para o novo ano lectivo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola