Jornal de Angola

Polícia dispersa manifestan­tes

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A Polícia dispersou, sábado, centenas de manifestan­tes na cidade histórica de Cetinje determinad­os a impedir a entronizaç­ão do chefe da Igreja Ortodoxa Sérvia (SPC) no Montenegro, que consideram de "ocupante", informou a televisão estatal (RTCG).

As forças especiais lançaram gás lacrimogén­eo contra os manifestan­tes reunidos na praça central da pequena cidade, a cerca de 100 metros de um mosteiro do século XV, sede do SPC no Montenegro, para onde está agendada a entronizaç­ão do bispo Joanikije.

Vários milhares de montenegri­nos que se opõem à entronizaç­ão de Joanikije no Mosteiro de Cetinje, considerad­o o símbolo do Estado montenegri­no, afluíram desde sábado a esta pequena cidade no Sul do país balcânico.

O anúncio desta entro

nização no Mosteiro da antiga cidade real causou elevadas tensões nos últimos dias no Montenegro.

Os opositores, apoiados pelo partido do Presidente montenegri­no, Milo Djukanovic, montaram barricadas no sábado para bloquear o acesso rodoviário à pequena cidade, determinad­os a impedir a passagem para o mosteiro dos representa­ntes do SPC, incluindo o seu patriarca, Porfirije, que chegou a Podgorica no sábado e deverá celebrar a entronizaç­ão do bispo Joanikije.

"Estou aqui para testemunha­r o meu amor pelo país. Não reivindica­mos nada a ninguém, mas somos negados pela Igreja sérvia ocupante. Estamos aqui a defender a nossa dignidade", disse à agência de notícias France-press Saska Brajovic, um funcionári­o público de 50 anos que passou a noite numabarric­adaerguida­naestrada para Podgorica.

Joanikije sucede ao arcebispo Amfilohije, que morreu em 2020 de Covid-19, depois de ter liderado o SPC no Montenegro durante 30 anos.

Montenegro tornou-se independen­te da Sérvia em 2006, após quase 90 anos, mas tem relações tensas com o país vizinho. Um terço dos 620.000 habitantes identifica­m-se como sérvios, e alguns nacionalis­tas negam ao Montenegro uma identidade separada. O SPC é a religião dominante no pequeno país, mas os opositores acusam-no de servir os interesses de Belgrado.

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