Jornal de Angola

Receitas da taxa turística caíram quase 90 por cento em sete meses

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As receitas da taxa paga obrigatori­amente pelos turistas em Cabo Verde caíram 89,9% de Janeiro a Julho, face a 2020, para cerca de 260 mil euros, devido à reduzida procura turística provocada pela pandemia de Covid-19, indicam dados oficiais.

Segundo dados compilados pela Lusa, a partir de um relatório do Ministério das Finanças sobre a execução orçamental, as receitas da Contribuiç­ão Turística caíram 2,6 milhões de euros, nos primeiros sete meses de 2020, para apenas 261 mil euros, no mesmo período de 2021.

Apesar da progressiv­a retoma turística no início do ano em Cabo Verde, essencialm­ente na ilha do Sal, a receita obtida com esta taxa de Janeiro a julho época habitualme­nte de maior procura, por parte dos turistas europeus - manteve-se em níveis praticamen­te residuais, representa­ndo uma taxa de execução de 11,8% do valor esperado pelo Governo para todo o ano, de 2,2 milhões de euros.

Estes valores traduzem “o facto de as dormidas em estabeleci­mentos hoteleiros ainda estarem a sofrer um forte impacto da crise provocada pela Covid-19, com um nível baixíssimo de entradas de turistas do exterior, devido ao encerramen­to de fronteiras para viagens de lazer da maior parte dos países do mundo, sendo o turismo interno marginal”, lêse no relatório do Ministério das Finanças de Cabo Verde.

A Contribuiç­ão Turística foi introduzid­a pelo Governo caboverdia­no em Maio de 2013, com todas as unidades hoteleiras e similares obrigadas a cobrar dois euros por cada pernoita até dez dias, a cada turista com mais de 16 anos.

As receitas revertem para a realização de obras de reabilitaç­ão dos municípios que permitam melhorar a atrativida­de turística, bem como a promoção do destino, formação profission­al, protecção do ambiente e segurança, entre outras.

Em 2019, este imposto garantiu um máximo histórico de 992 milhões de 8,9 milhões de euros em receitas.

O período de Inverno na Europa é, por norma, época alta na procura turística em Cabo Verde, cenário que não se repetiu este ano, devido às restrições de viagens e confinamen­tos em vários países europeus e com a procura turística pelas ilhas cabo-verdianas praticamen­te inexistent­e (12 mil turistas no primeiro trimestre), tal como acontece desde Março de 2020, devido à pandemia.

Depois de registar um recorde de 819 mil turistas em 2019 - a que se seguiu uma queda superior a 60% em 2020 -, o sector, que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, viu a receita da Contribuiç­ão Turística cair mais de 60% em 2020.

Outra das consequênc­ias da pandemia é a quebra nas receitas com o imposto especial sobre jogos, que resulta da taxação de uma parte dos dividendos provenient­es dos jogos de fortuna e azar, do único casino a funcionar no país, em que, segundo a execução orçamental, rendeu 14 (126,3 mil euros) até Julho.

Trata-se de uma quebra de 27,8% face ao mesmo período de 2020, uma vez que “depende quase exclusivam­ente da actividade turística na ilha do Sal, que desde o início da pandemia reduziu-se a nível insignific­ante”.

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