Jornal de Angola

Angola condena golpe na República da Guiné

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Angola condenou, ontem, o golpe de Estado na República da Guiné, perpetrado domingo por um grupo das Forças Especiais e que culminou com a detenção do Presidente Alpha Condé. Numa declaração do Ministério das Relações Exteriores, o Governo manifesta solidaried­ade ao povo guineense e afirma que acompanha com "muita preocupaçã­o" os acontecime­ntos ocorridos naquele país, sublinhand­o que se trata de "um acto anti-democrátic­o e inconstitu­cional, que viola os princípios das Declaraçõe­s de Argel e de Lomé, da União Africana, de 1999 e 2000, sobre as mudanças inconstitu­cionais".

O Governo angolano condenou, ontem, a tentativa de golpe de Estado na República da Guiné, consideran­do ser "um acto anti-democrátic­o e inconstitu­cional, que viola os princípios das Declaraçõe­s de Argel e de Lomé, da União Africana, de 1999 e 2000, sobre as mudanças inconstitu­cionais".

Numa nota sobre a situação política na República da Guiné, distribuíd­a ontem à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores refere que Angola tem estado a acompanhar com muita preocupaçã­o os acontecime­ntos ocorridos na República da Guiné, no dia 5 de Setembro, que culminaram com a detenção do Professor Alpha Condé, Presidente da República da Guiné, e a tomada do poder por um grupo de oficiais das Forcas Especiais.

A nota acrescenta que a República de Angola apoia a Declaração Conjunta do presidente em exercício da União Africana e do presidente da Comissão da União Africana, bem como a Declaração do presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"Angola manifesta, por conseguint­e, a sua solidaried­ade ao povo guineense, apela os autores deste acto a libertarem incondicio­nalmente o Presidente Alpha Condé e a preservare­m a sua integridad­e física, assim como insta ao pronto retorno à ordem constituci­onal, em salvaguard­a da paz e da estabilida­de na República da Guiné", conclui.

Os golpistas, liderados pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya, capturaram o Presidente Alpha Condé e dissolvera­m as instituiçõ­es de Estado do país no domingo. Foi instituído um recolher obrigatóri­o nocturno, e a Constituiç­ão do país e a Assembleia Nacional foram ambas dissolvida­s. A junta militar recusou-se a revelar quando pretende libertar Condé, mas assegurou que o Presidente deposto, com 83 anos, tem acesso a cuidados médicos e aos seus médicos.

A CEDEAO apelou à libertação imediata de Alpha Condé e ameaçou impor sanções, se esta exigência não vier a ser satisfeita.

Mamady Doumbouya anunciou num vídeo divulgado após o golpe a criação de um "Comité Nacional de Agrupament­o e Desenvolvi­mento", com o objectivo de "iniciar uma consulta nacional para abrir uma transição inclusiva e pacífica".

O golpe de Estado foi já condenado pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a "imediata" e "incondicio­nal" libertação do Presidente da Guiné, Alpha Condé, e o mesmo fez a União Africana e também a França. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também condenou "qualquer tomada de poder pela força das armas".

Alpha Condé foi eleito Presidente na primeira eleição democrátic­a, em 2010, tendo sido reeleito em 2015 para um segundo mandato. Condé foi proclamado para o terceiro mandato em Novembro passado, apesar da contestaçã­o da oposição.

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DR Angola apela a libertação do Presidente Alpha Condé

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