Golpistas convocam líderes das instituições dissolvidas
Junta Militar diz ter capturado o Chefe de Estado para “pôr fim à má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica”
Os líderes do Golpe de Estado na Guiné Conakry convocaram, ontem, ministros e presidentes das instituições dissolvidas para uma reunião, e avisaram que qualquer falta será considerada como um acto de “rebelião” contra a Junta Militar que está agora na liderança do país, informou a agência France Press (AFP), sem revelar pormenores dos assuntos tratados.
As Forças Especiais guineenses, encabeçadas pelo seu comandante, tenentecoronel Mamady Doumbouya, líder do Golpe, dizem ter capturado o Chefe de Estado para “pôr fim à má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica”, e à instrumentalização da Justiça a os atropelos aos direitos dos cidadãos”.
A Junta Militar informou que os governadores provinciais seriam substituídos por comandantes regionais. Dissolveu a Constituição do país, a Assembleia Nacional e estabeleceu recolher obrigatório nocturno.
Os golpistas, segundoa AFP recusaram revelar quando será libertado o Presidente deposto Alpha Condé, mas garantiu que o mesmo, com 83 anos, “tem acesso a cuidados médicos e aos seus médicos”.
Ao candidatar-se a um terceiro mandato, considerado inconstitucional pela oposição, em 18 de Outubro de 2020, Condé deu lugar a meses de tensão, que resultou em dezenas de mortes. A eleição foi precedida e seguida da detenção de dezenas de opositores.
Váriosdefensoresdosdireitos humanos criticam a tendência autoritária observada durante os últimos anos na Presidência de Condé e questionam as conquistas do início da sua governação. Condé, um ex-opositor histórico, preso e até condenado à morte, tornou-se, em 2010, no primeiro Presidente eleito democraticamente no país.
Ao candidatar-se a um terceiro mandato, considerado inconstitucional pela oposição, em 18 de Outubro de 2020, Condé deu lugar a meses de tensão, que resultou em dezenas de mortes. A sua reeleição foi precedida e seguida da detenção de dezenas de opositores