Migrantes passam por “condições terríveis”
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência especializada da ONU, expressou, ontem, preocupação com as “condições terríveis” que os migrantes retidos, há semanas, na fronteira da Polónia com a Bielorrússia enfrentam.
Por seu lado, o Primeiroministro polaco, Mateusz Morawiecki, declarou em Varsóvia que o grupo de pessoas que se encontra retido na fronteira tem estado a receber comida e dinheiro dos Serviços de Segurança bielorrussos e está a ser usado para tentar levar pessoas para dentro do país ilegalmente.
Polónia, Lituânia e Letónia, os três países da União Europeia (UE), que têm fronteira com a Bielorrússia, acusam o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de encaminhar ilegalmente para as suas fronteiras migrantes de países como Iraque, Afeganistão, Síria e outros. Chamam-lhe um acto de “guerra híbrida” contra os seus países como retaliação pelas sanções da UE.
Embora milhares de migrantes tenham sido repatriados ou colocados em centros fechados para imigrantes, o principal centro das atenções tem sido um grupo de cerca de 30 pessoas que se encontra retido na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia há semanas.
Em Genebra, a OIM disse que os migrantes retidos enfrentam “condições extremamente duras, com acesso reduzido à água potável e comida, assistência médica, instalações sanitárias e alojamento”.
“Prolongar esta situação inaceitável coloca uma grave ameaça à vida e à saúde dos migrantes”, sustentou a organização. O destino do grupo tem levantado preocupação também na Polónia entre pessoas que acusam o Governo de resposta desumana.
As acções do Governo polaco têm incluído destacar soldados para a fronteira, reforçá-la com arame laminado e recusar-se a deixar o grupo retido pedir asilo.