Tunísia abre interrogação na história do Afrobasket
Vitória por 78-75, sobre a Costa do Marfim permitiu aos tunisinos igualarem o Egipto, Senegal e Angola com títulos consecutivos
Ao revalidar o título de campeã da 30ª edição do Campeonato Africano das Nações, Afrobasket, de modo consecutivo pela primeira vez, 2017 e 2021, a Tunísia, abre um ponto de interrogação e assume-se, passados 32 anos, como a mais séria candidata a dominar a África do basquetebol sénior masculino nos próximos tempos.
Em 10 anos, tendo a primeira consagração sido em 2011, na cidade de Antananarivo, Madagáscar, a Tunísia ganhou três dos cinco troféus, tendo pelo meio erguido a taça Angola e Nigéria, em 2013 e 2015.
Da cogitação à certeza, apenas o ano 2025, permitirá aferir, pois a história consente que se atribua favoritismo aos tunisinos, sobretudo por terem igualado, com o estatuto de bicampeões, as selecções do Egipto, 1962 e 1964, Senegal, 1978 e 1980, e Angola, 1989, 1991, 1993 e 1995, única com mais de quatro campeonatos ganhos sucessivamente.
Quando em 2011 vergou, por 67-56, Angola, interrompendo a série ininterrupta nunca antes testemunhada de seis campeonatos ganhos, a Tunísia fez vaticinar nova era na bola ao cesto africana.
Volvidos dois anos, em 2013, em Abidjan, Costa do Marfim, os tunisinos não conseguiram dar sequência à ousadia demonstrada em solo malgaxe, ante ao maior colosso africano registado nos anais da modalidade.
Em Abidjan, Salah Mejri, poste de 2,17 metros, e companheiros, não foram além do nono lugar. Em 2015, apesar de ter chamado a si a organização da prova, os tunisinos caíram, por 51-58, nas meias-finais aos pés e mãos de Angola.
Anfitriã do evento, em 2017, juntamente com o Senegal, na primeira coorganização da competição mais mediática do calendário da Federação Internacional de Basquetebol Associado, Fiba-áfrica, eis que a Tunísia, liderada pelo categorizado técnico Mário Palma ergue a Taça pela segunda vez.
Naquele ano, a Selecção Nacional, treinada por Manuel Silva “Gi” terminou o campeonato na sétima posição. Este ano, na organização inédita do Rwanda, os tunisinos às ordens do alemão Dirk Bauermann, 63 anos, mostraram organização, comprometimento e mais arcaboiço em relação aos adversários.
O maior teste à capacidade da equipa oriunda do Magrebe será dentro de quatro anos, altura em que alguns dos seus principais activos poderão estar fora das opções técnicas e alguns, quiçá, já não esbanjem a mesma frescura física.
Na lista perfilam nomes como os de Radhouane Slimane, 41 anos, Salah Mejri (35), Michael Roll (34), Makram Ben Romdhane (34), Mourad El Mabrouk (34), Mokhtar Ghyaza (34) e Ziyed Chennoufi (32).
A média de idade dos actuais bicampeões é de 30 anos e a de altura 1,90 metros.
Difícil de igualar serão os 11 títulos ganhos por Angola, seis dos quais sucessivos, 1999, 2001, 2003, 2005, 2007, 2009, 2011 e 2013
Números difíceis
Difícil de igualar serão os 11 títulos ganhos por Angola, seis dos quais sucessivos, 1999, 2001, 2003, 2005, 2007, 2009, 2011 e 2013.