Chefe da Junta Militar promete Governo de Unidade Nacional
Mamady Doumbouya assegura que será criado um Governo de Transição com todas as sensibilidades políticas do país
O chefe da Junta Militar que está a dirigir a Guiné prometeu, ontem, criar um Governo de Unidade Nacional “para liderar um período de transição política”, assegurando que não haverá “caça às bruxas” contra pessoas que fizeram parte do Governo deposto.
“Será aberta uma consulta para descrever as grandes linhas da transição, depois será instituído um Governo de Unidade Nacional para liderar a transição”, disse o tenentecoronel Mamady Doumbouya, durante um discurso dirigido à Nação.
Segundo a France Press, Doumbouya transmitiu ainda uma mensagem aos parceiros e investigadores estrangeiros de que o vínculo comercial que têm com o país vai manter, ao mesmo tempo que pediu às empresas mineiras para continuarem as actividades de exploração de bauxite e minérios, principais riqueza do país.
“Os nossos parceiros económicos e financeiros continuarão a desenvolver as actividades no país”,assegurou Mamady Doumbouya.
Vestido com o seu traje militar, o novo líder da Guiné pediu aos ex-ministros e responsáveis das empresas públicas para entregarem os veículos de função.
Por outro lado, Mamady Doumbouya anunciou, segunda-feira à noite, através de um comunicado, que os políticos presos por orientação do Presidente deposto, Alpha Condé serão soltos. O chefe da Junta Militar instruiu o Ministério da Justiça para contactar o Ministério Público, a Administração Prisional e os advogados dos presos, “para uma análise aprofundada com vista a libertação destes políticos o mais rapidamente possível”.
Por seu lado, o líder da oposição da Guiné, Cellou Diallo, ofereceu aos golpistas o apoio do seu partido , “para construir uma democracia pacífica”. Segundo a edição de ontem do jornal “Guinée 7”, Diallo concordou com os princípios da declaração que justificou a tomada do poder por parte dos membros do autodenominado Comité Nacional para a União e Desenvolvimento (CNRD).
“Os motivos da acção salvadora e o objectivo estão interligados com as aspirações da CNAD, que são a reunificação da Nação, a refundação do Estado e a luta contra a corrupção e impunidade”, disse Cello Diallo.
“Os líderes da Junta Militar têm de dar prioridade ao estabelecimento de “instituições legítimas, capazes de implementarem reformas que conduzam rapidamente o país à reconciliação nacional e ao estabelecimento do Estado de direito”.