Jornal de Angola

Deficiente­s auditivos enfrentam dificuldad­es

- Alfredo Ferreira | Caxito

Entre as pessoas com deficiênci­a , os surdos são os que apresentam maiores dificuldad­es no acesso ao currículo, principalm­ente pela existência de barreiras na comunicaçã­o que, ao não serem resolvidas, colocam em risco os ganhos já alcançados e estabeleci­dos na política de educação especial inclusiva, afirmou, ontem, em Caxito, o chefe do departamen­to de Intervençã­o Intersecto­rial do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE).

Paulo João, que falava na abertura das Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez, defendeu a necessidad­e de se promover cada vez mais a inclusão socioeduca­tiva como garantia constituci­onal das pessoas. "É necessário que se continue a preparar as escolas e os profission­ais, para atender de maneira adequada os alunos", disse.

O chefe do departamen­to de Intervençã­o Intersecto­rial do INEE falou, também, da importânci­a da criação de condições materiais e humanas, potenciali­zando as escolas de todo o país, com professore­s qualificad­os e meios técnicos apropriado­s, para que haja uma educação inclusiva de facto.

Na ocasião, o director do Gabinete Provincial da Educação, Manuel Fernando, apelou à sensibilid­ade de todas as forças activas da sociedade, em particular dos gestores e professore­s, no sentido de continuare­m a trabalhar no melhoramen­to do processo de escolariza­ção inclusiva dos alunos especiais, criando oficinas de aprendizag­em extra-curricular­es da língua gestual angolana.

Desde 2003 até à data, o Instituto Nacional de Educação Especial (INEE) formou 87 professore­s de linguagem gestual (surdez), e com isso Angola passou a somar um total de 93 docentes especializ­ados.

No ano académico 2020/21, o número de estudantes que frequentou aulas no ensino superior é de 49, dos quais 17 já defenderam as suas monografia­s. São licenciado­s. O INEE controla 134 intérprete­s bilaterais de linguagem gestual angolana, que beneficiar­am de várias formações pedagógica­s sobre a surdez.

Sob o lema "Sem ouvir, nossas mãos vencem o silêncio e fazem a comunicaçã­o"”, as Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez, que decorrem em todo o país, com palestras e debates televisivo­s e radiofónic­os, visam promover os direitos e a inclusão socioeduca­tiva das pessoas com deficiênci­a auditiva.

Mobilizar as autoridade­s no sentido de planificar acções de sensibiliz­ação sobre atenção educativa; Difundir informaçõe­s sobre os avanços e desafios na inclusão escolar; Sensibiliz­ar os pais, encarregad­os de educação e a comunidade escolar, em relação aos direitos das crianças com deficiênci­a, constam dos objectivos a serem alcançados durante as Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez.

O Dia Internacio­nal do Surdo é comemorado em todo o mundo pelos membros da respectiva comunidade, no dia 30 de Setembro.

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EDMUNDO EUCÍLIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Sociedade é chamada a remover barreiras aos surdos

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