Deficientes auditivos enfrentam dificuldades
Entre as pessoas com deficiência , os surdos são os que apresentam maiores dificuldades no acesso ao currículo, principalmente pela existência de barreiras na comunicação que, ao não serem resolvidas, colocam em risco os ganhos já alcançados e estabelecidos na política de educação especial inclusiva, afirmou, ontem, em Caxito, o chefe do departamento de Intervenção Intersectorial do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE).
Paulo João, que falava na abertura das Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez, defendeu a necessidade de se promover cada vez mais a inclusão socioeducativa como garantia constitucional das pessoas. "É necessário que se continue a preparar as escolas e os profissionais, para atender de maneira adequada os alunos", disse.
O chefe do departamento de Intervenção Intersectorial do INEE falou, também, da importância da criação de condições materiais e humanas, potencializando as escolas de todo o país, com professores qualificados e meios técnicos apropriados, para que haja uma educação inclusiva de facto.
Na ocasião, o director do Gabinete Provincial da Educação, Manuel Fernando, apelou à sensibilidade de todas as forças activas da sociedade, em particular dos gestores e professores, no sentido de continuarem a trabalhar no melhoramento do processo de escolarização inclusiva dos alunos especiais, criando oficinas de aprendizagem extra-curriculares da língua gestual angolana.
Desde 2003 até à data, o Instituto Nacional de Educação Especial (INEE) formou 87 professores de linguagem gestual (surdez), e com isso Angola passou a somar um total de 93 docentes especializados.
No ano académico 2020/21, o número de estudantes que frequentou aulas no ensino superior é de 49, dos quais 17 já defenderam as suas monografias. São licenciados. O INEE controla 134 intérpretes bilaterais de linguagem gestual angolana, que beneficiaram de várias formações pedagógicas sobre a surdez.
Sob o lema "Sem ouvir, nossas mãos vencem o silêncio e fazem a comunicação"”, as Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez, que decorrem em todo o país, com palestras e debates televisivos e radiofónicos, visam promover os direitos e a inclusão socioeducativa das pessoas com deficiência auditiva.
Mobilizar as autoridades no sentido de planificar acções de sensibilização sobre atenção educativa; Difundir informações sobre os avanços e desafios na inclusão escolar; Sensibilizar os pais, encarregados de educação e a comunidade escolar, em relação aos direitos das crianças com deficiência, constam dos objectivos a serem alcançados durante as Primeiras Jornadas Nacionais sobre a Surdez.
O Dia Internacional do Surdo é comemorado em todo o mundo pelos membros da respectiva comunidade, no dia 30 de Setembro.